As questões ligadas à liderança e o papel que os líderes têm na motivação das respectivas equipas. Uma reflexão onde se apresenta como exemplo o carismático José Mourinho.
A liderança e a motivação são dois aspectos interdependentes e essenciais no alcance do sucesso das organizações. Hoje em dia temos nas empresas bons gestores e por vezes maus líderes. Uma liderança eficaz condiciona e é determinante para motivar. Todavia, liderar eficazmente nos dias de hoje é complexo. Não se nasce propriamente líder, ainda que a predisposição genética condicione e seja importante. Um bom líder desenvolve as suas aptidões e aprende continuamente ao longo da sua vida adaptando-se às novas circunstâncias.
Motivar equipas pressupõe liderar com eficácia e eficiência um conjunto de pessoas no sentido de as conduzir numa determinada direcção ou num determinado rumo e alcançar objectivos previamente acordados e específicos. Trata-se pois de um processo de influência social, mobilizador e enérgico cujo 'locus', ou foco, deixa de estar cada vez menos na motivação extrínseca e nos estímulos externos. Passa estar no 'locus' controlo interno do sujeito, ou seja, na motivação intrínseca, nas suas verdadeiras necessidades, nas aspirações e nas expectativas e no alinhamento destas de uma forma estratégica com a visão colectiva da equipa e do negócio.
Na sequência do referido, podemos dizer que um líder competente conhece profundamente as pessoas com quem trabalha, as suas motivações e as suas aspirações. Reconhece também que uma equipa passa por diversas fases de evolução até atingir a sua maturidade e o seu pico de produtividade. Sabe também como intervir nessas fases, actuando como mecanismo regulador e catalisador dos processos comunicacionais. Adapta-se às circunstâncias do meio, da tarefa e do grupo e sabe exercer o estilo de liderança em conformidade.
Liderança e visão estratégica caminham de mãos dadas, sendo condição essencial para mobilizar pessoas nos processos de mudança e criar nestas confiança e determinação na conquista de objectivos e metas específicas. Cria também verdadeiros liderados sem os quais o líder também não teria expressão.
Estabelecer desafios, metas e objectivos ambiciosos, porém exequíveis, que permitam retorno principalmente ao nível do reconhecimento, parecem ser os principais factores responsáveis pela motivação de equipas. O líder reconhece igualmente que o todo é maior do que a soma das partes e aproveita as sinergias resultantes desta interacção no sentido da conquista de objectivos colectivos, o que de outra forma não seria possível.
Adicionalmente, responsabilizar as pessoas, dando-lhes autonomia funcional, atribuindo-lhes uma missão individual e colectiva, e criar mecanismos de suporte e retorno, será certamente uma das atribuições fundamentais do líder, algo também determinante para manter elevados os níveis motivacionais.
Entre outros, José Mourinho é um exemplo carismático que ilustra perfeitamente o que é liderar e manter os níveis de motivação elevados de uma equipa e dos seus associados. Não existem muitas pessoas com estas características. A pressão é elevada, mas é esta também o que o motiva e o que o faz motivar. É preciso agitar as águas e provocar estrategicamente, criando «inimigos» externos à equipa na óptica da construção de um espírito colectivo único e forte.
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