Existem temáticas que não passam de moda em diferentes campos. No campo organizacional, desportivo, empresarial e focado muito na 'crise' económica e de valores comportamentais e sociais que estamos a viver (esta bem mais grave que a económica ou financeira). As equipas, por estarem possivelmente associadas a um maior rendimento e comprovado no resultado final, são terminologias e temáticas que ficam bem em qualquer dircurso de motivação colectivo, seja ele direccionado para um conjunto de formandos, atletas, funcionários, colaboradores, etc.
O 'porquê' de querer equipas? Exige bastantes esforços constituir uma equipa, crescer de um aglomerado de pessoas ou de um grupo para uma verdadeira equipa. Esforços temporais e a dedicação de recursos que naturalmente pesam nos bolsos de quem suporta. E claramente não vale a pena considerar essa hipótese se não soubermos o que de positivo a mesma pode proporcionar para o grupo de trabalho e para alcançar os objectivos propostos.
Penso mesmo que o objectivo de criar sinergias entre os colaboradores ou atletas é admitir que o todo tem de ser maior que a soma de todas as partes. Nestes contextos implica que haja cooperação para que se consiga atingir colectivamente mais do que todas as individualidades. Quando se trabalha em equipa necessitamos de certas competências como:
- foco para resolução de problemas;
- capacidade de tomada de decisão;
- capacidade de trabalhar sobre pressão;
- cooperação, compromisso, respeito e justiça;
- flexibilidade de acção e recepção de ideias de diferentes quadrantes;
- e por fim, uma enorme vontade de escuta activa!
Se sou o treinador de uma equipa e tento incutir isso a um número de atletas, não posso estar à espera que o meu estado de espírito seja só 'meu' e consiga separar a 100 % as minhas emoções interiores e aquelas que estão 'pegadas' ao meu discurso! Os estados emocionais e as acções dos líderes influenciam o comportamento dos subordinados e, portanto, o seu desempenho. A capacidade dos líderes para gerirem os seus estados de espírito e para influenciarem os estados de espírito dos outros já não pode ser considerado um assunto pessoal, é um factor que determina os resultados da equipa.
Este é outro desafio, sairmos do nosso estado de conforto para criarmos um estado de conforto noutras pessoas. Empatia e não simpatia. Se somos líderes, treinadores, coordenadores, chefias de alguém, deveremos em 1.º lugar dar as condições para que 'eles' estejam em posição de alcançar os objectivos. Este auto-conhecimento de sabermos se conseguimos viver num desconforto pessoal ao trabalhar com alguém e para esse alguém, torna o desafio ainda mais ...'desafiante'.
Para terminar, uma frase de António Damásio: "Uma das razões porque algumas pessoas se tornam líderes e outras seguidoras, umas comandam e outras se acobardam, tem a ver com a sua capacidade de promover certas respostas emocionais nos outros e não propriamente com os seus conhecimentos ou aptidões."
3 comentários:
Recrutei e lidero equipas multinacionais
Concordo com o seu artigo mas....nao e aplicavel em Portugal
Manuel Alves, BA (Hons), MA, MSc, GLG Councils
Concordo, diria que é mais complicado. Digamos que o contexto e a crise de valores a quase todos os níveis profissionais e hierárquicos...criam demasiadas dificuldades.
Obrigado pelo comentário.
Mais uma vez, artigo repleto de razão...! Subsiste o eterno problema: Como se mete isto na cabeça dos nossos líderes? E na nossa cultura e educação?
Rui Gomez
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