Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O 31 de Paulo Bento

A questão da autonomia e dependência dos intervenientes no Futebol, neste caso muito específico, é uma tentativa que nunca se pode dar por atingida a 100%.

Como qualquer treinador e jogadores tem o seu ego e procura um equilíbrio da identidade, autonomia e o processo de dependência, também um clube tende para balizar um estado de funcionamento de interdependência, em que não haja qualquer dependência de ninguém e de nenhum processo.

Um clube procura o seu estado normal e saudável de funcionar passando sempre por 4 fases:
Fase 1 - Dependência Fase 2 - Contra-dependência Fase 3 - Independência
Fase 4 - Interdependência (implementação de uma relação de paridade entre todos - jogadores e equipa técnica - que conduza à responsabilização individual fazendo parte de uma abordagem sistémica...que todos dependem e condicionam)

Muito se tem falado da saída de Paulo Bento do Sporting. Muitas abordagens, muitos cenários e a observação de que o Sporting parecia estar mais dependente do Paulo Bento que o inverso. A saída de Paulo Bento implica a perda de um treinador, dirigente, responsável pela comunicação, director desportivo, etc. A saída de Paulo Bento não será apenas a saída do treinador da equipa profissional de Futebol do Sporting.

A responsabilidade que já foi colocada sobre quem ainda não veio, ao dizer-se que a substituição irá ser uma missão muito difícil, dependente de quem saiu, torna também este processo mais um desafio que não sabemos se o actual Presidente do clube está ao nível.

Parece claramente que JEB saberá muito de gestão ou economia, mas da linguagem futobolesca, pouco sabe e quando tenta improvisar ou adaptar-se...fica sempre muito distante do desejado. Correm o risco de perder bem mais que os 4 meses iniciais da época, e quem sabe mais do que apenas 2009/10.

Num clube que tanto se apelidou de gestão desportiva rigorosa, falta claramente ali uma visão e definição de culpados, para saberem porque se deixaram ficar dependentes de uma pessoa apenas, mesmo que essa fosse alguém que foi demonstrando competência.

2 comentários:

Tiago Viana disse...

Post muito bom e muito pertinente. Lembram-se da célebre frase de Manuel Damásio?
O João Pinto só sai por decisão da Assembleia Geral do clube!
Foi um João Pinto forever.
Lembram-se do que isso representou na carreira do atleta e o reflexo negativo que teve na equipa por diversas épocas desportivas?
A história serve para nós aprendermos com os erros.
JEB não percebeu enquanto lider a importância das suas comunicações.

Anónimo disse...

Tanta coisa com os calhaus...e foram buscar um que manda peras aos seleccionadores nacionais!