Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como alinhar os objectivos individuais nos colectivos?

Como devemos alinhar os objectivos dos colaboradores na organização? Os objectivos dos atletas nos objectivos do treinador e da equipa?


19 comentários:

Pedro José Silva Madeira disse...

O primeiro passo creio que estará no levantamento dos objectivos/necessidades de ambas as partes, e a partir dessa fase mapear as mesmas para que se possa proceder a uma análise factorial das mesmas.

Pedro José Silva Madeira

Rui Lança disse...

Obrigado Pedro. Concordo, recordo-me na pesquisa que estou a fazer para o meu livro de encontrar casos de organizações que alinham os objectivos de uma forma bastante lúdica mas eficiente.

Odete Morim disse...

Começa no Acolhimento e Integração. Na forma como se envolve o novo colaborador. Se a política praticada já estiver orientada nesse sentido, não será difícil absorver os comportamentos nas metas globais. Claro está que o colaborador precisa de sentir que terá oportunidades de crescimento, que o levarão à motivação intrínseca de chegar aos objectivos finais. Se falamos de colaboradores que já têm o seu estatuto garantido, então a estratégia será outra, e aí penso que a melhor forma será a escuta activa, e levantamento de necessidades de parte a parte, para que a questão motivacional de pertencer à empresa se mantenha, e da própria empresa manter quem tem algo de valor acrescentado aos objectivos que pretende alcançar. O mercado está instável. A maior arma é este alinhamento.

Odete Morim

Rui Lança disse...

Boa tarde Odete,

A última frase é uma grande verdade, o alinhamento nestas alturas mais incosntantes é meio caminho andado para evitar gsp comunicacionais e motivacionais.

Obrigado pelo contributo!

Maria Trigo disse...

Há uma excelente e abundante bibliografia sobre esta questão muito pertinente...mas respondendo a partir da minha muito longa carreira (feita de muitas mini e meso carreiras diversificadas institucional e mesmo geografica e culturalmente, além de em diferentes áreas de intervenção e investigação), entendo que os dois tipos de objectivos são conciliáveis, com excepção de organizações tóxicas e de pessoas muito desadaptadas e rígidas. Pessoalmente, apenas num caso, não consegui essa conciliação, e, muito simplesmente pedi a demissão e mudei de projecto profissional....e, como responsável, também uma vez tive de convidar alguém a deixar o projecto que liderava. A conciliação dos dois tipos de objectivos, na minha perspectiva de Líder e Gestora, interessa tanto às pessoas como à organização, já que esta apenas consegue alcançar os seus objectivos com Pessoas altamente motivadas. O resto é uma questão de comunicação, mútua, gestão de expectativas, resiliência, reconhecimento mútuo e paixão pelos resultados.

Maria Trigo

Rui Lança disse...

Boa tarde,

Este parágrafo é essencial não ser esquecido na minha opinião:

O resto é uma questão de comunicação, mútua, gestão de expectativas, resiliência, reconhecimento mútuo e paixão pelos resultados.

Mas isso são os tais processos de grupo que podem dar vida ou aniquilar uma equipa e organização.

Obrigado

Rui Andre disse...

Viva!

Trabalho numa capital de risco no Reino Unido e essa e uma das questoes que mais preocupa os investidores. Como alinhar as pessoas em torno dos objectivos definidos e, acima de tudo, como fazer com que as coisas acontecam.

Na relacao entre investidor e gestor nem sempre e simples. Uma das formas mais utilizadas passa pela criacao de opcoes que cujo valor aumenta a medida que o gestor consegue chegar aos objectivos. No entanto existem muitas vezes conflitos de interesses e, caso existam discordancias, o gestor tem como desvalorizar o capital do investidor com um custo baixo para si proprio (as ferramentas para remover os gestores sao bastante limitadas e processar o gestor por nao cuidar dos interesses do investidor e sempre uma materia complicada).

No alinhamento dos colaboradores com a organizacao existe normalmente a atribuicao de premios de desempenho caso os resultados sejam atingidos. Num primeiro plano este incentivo parece perfeito no entanto existem sempre interesses secundarios que se podem manifestar e sobrepor face aos primeiros. Tensao entre colegas ou chefes, capacidade de lucrar paralelamente com a actividade da empresa, fraude, ..., existe uma panoplia de razoes que provocam desalinhamento.

Apesar do sistema de recompensas funcionar de uma forma mais ou menos satisfatoria, e necessario monitorizar oa sua evolucao. Caso contrario podera acontecer como o caso descrito no Freaknomics em que e dado um rebucado cada vez que a menina vai a casa de banho e ela passa a ir todos os minutos para receber um rebucado. O foco excessivo nos objectivos podera retirar a capacidade do gestor/colaborador para ver para alem deste, o que faz com que estes nao procurem eficiencia e eficacia nos processos. Simplesmente fara o que tem a fazer (o que lhes traz os bonus) e de certa forma limitara os horizontes de crescimento da empresa.

Existe ainda uma outra questao entre o alinhamento entre gestao/colaboradores e sociedade. Se o alinhamento e conseguido as custas de incentivos, e este sao realmente ambicionados pelos gestores/colaboradores, entao podera haver um custo para a sociedade devido se estes nao se importarem de quebrar as regras os atingir. Estes custos acabarao por ser sentidos nao so na sociedade como tambem nos investidores.

Penso que nao existem sistemas perfeitos. Vao sempre existir conflitos de interesses assim como alinhamentos de interesses. E necessario compreender ambos e tentar valorizar, de forma comedida e controlada, os interesses que conduzem ao alinhamento (e que criam valor) e procurar retrair os interesses que levam ao desalinhamento (destruicao de valor).

Maria Trigo disse...

Boa noite.
É isso mesmo, tudo depende de como o processo de conciliação entre objectivos individuais e colectivos é conduzido e liderado. Acredito que a negociação, o coaching, o mentoring, o respeito pela diversidade e pela flexibilidade... tudo regado com muita inteligência emocional e exigência quanto aos objectivos....são ferramentas essenciais no processo.
Ab,
Maria Trigo

Rui Lança disse...

Caro Rui André,

Muito obrigado pela partilha. De facto esse 'mundo' deve ainda ser mais...dinâmico, dada a necessidade de apresentação constante de resultados. Ou não?

Abraço

Carlos Dias disse...

Vivemos orientados por objetivos individuais mas que nem sempre nos identificamos aos colectivos. Sejam eles partilhados por uma empresa ou equipa.

Através de um breve e vago comentário, uma das formas de alinhar os objetivos individuais nos colectivos, na minha opinião poderá ser: através do envolvimento de toda a equipa e da partilha de diferentes responsabilidades pelos elementos da mesma.

Teremos sempre que considerar a liderança como o elemento-chave de todo o processo. Mas tendo em atenção mais dois factores: a situação em si, as necessidades e valores do grupo e a necessidade de criar e promover a coesão deste mesmo grupo.

Acredito que esta possa ser uma solução para que os objectivos individuais e colectivos caminhem lado a lado.

Carlos Dias

Rui Lança disse...

Caro Carlos,

Obrigado pelo comentário. A questão da liderança e a sua contextualização é deveras importante nisto de alinhar ou conseguir alinhar pessoas nas organizações e vice-versa.

Bom ponto de vista!

Cumprimentos,

Raul Garcia disse...

Infelizmente em Portugal ainda há muita gente que não percebe que para a nossa organização avançar temos que remar todos para o mesmo lado e que para o país avançar também temos que remar todos no mesmo sentido.

Raul Garcia

Tiago Pereira disse...

alinhando objectivos com componentes variáveis de remuneração. fácil e eficaz! as pessoas trabalham na medida em que são medidas e compensadas, sobretudo em alturas de crise.

Rui Lança disse...

Caro Tiago...a menos que a base de Maslow não esteja totalmente garantida, está mais do que provado que a vertente monetária aparece em 5.º ou 6.º lugar da motivação. Antes existe a felicidade do grupo, identificação com o líder e projecto, etc...

Carlos A. A. Neves disse...

etc... desde que as Pessoas ganhem o suficiente para sobreviverem condignamente (sem luxos, claro!). Se não, a Pirâmide de Maslow inverter-se-à!!!
E atenção à Segurança, 2º factor da base, pois muito boa gente não sente estabilidade suficiente para a tomar como garantida!!!
Infelizmente, na actual conjuntura, devemos considerar Maslow como "JUNK"!!!!!!!

Carlos A. A. Neves

Rui Lança disse...

Concordo Carlos, daí ter falado na base, factores prioritários como a segurança. Neste momento vive-se muito nessa selva, mas considero ainda assim, que o existem ferramentas importantes para alinhar sem ser o dinheiro. Ou não?

Carlos A. A. Neves disse...

Sim, mas essas "ferramentas" só actuarão positivamente, se entretanto a questão do dinheiro estiver razoavelmente satisfeita.
Em relação às ferramentas, há uma que congrega várias outras, e sobre a qual poderemos afirmar que constitui, a falta ou sua insuficiência, a causa principal do panorama desgraçado em que vivemos na maioria das Organizações: a LIDERANÇA!!!

Carlos A. A. Neves

Tiago Pereira disse...

base de maslow? mas estamos a falar do quê? se alguém nem sequer tem as suas necessidades fundamentais cobertas qualquer conversa de objectivos é irrelevante... parte-se de um princípio de que isso já está coberto, e ainda que queiram por maslow ao barulho, hoje em dia as necessidades compram-se, seja a casa nova, sejam as instalações sanitárias, sejam a alimentação, seja a segurança. mas se querem pegar no maslow, quando mais básicas forem as necessidades, mais efectivo é o resultado de uma remuneração por objectivos, mas acho que pensar dessa maneira é redutor.

já agora, esse "está mais que provado" faz lembrar muitas outras coisas que hoje em dia se dão como certas mas depois, a realidade diz outra coisa... basta ver a quantidade de pessoas que mudam de emprego somente pela vertente financeira, apesar de estarem satisfeitos da vida e realizados. e muitos outros exemplos...

eu mantenho a minha opinião, até pelo conhecimento que tenho de diversas situações. implementar remunerações variáveis, sobretudo hoje em dia, é a melhor maneira de garantir objectivos... o resto constrói-se e não existem fórmulas universais, pois cada organização é um mundo distinto, seja na organização, seja nos objectivos, seja nas pessoas, e os objectivos para serem eficazes, têm de ser adaptados a cada realidade...

Rui Lança disse...

Tiago, concordo essencialmente com a última parte do seu 3.º parágrafo. Quanto aos restantes, quem não tem as necessidades fundamentais cobertas? Todos? Uma grande parte? Bem, então...aproveito algo que disse "não existem fórmulas universais". Cada ambiente é um ambiente, cada situação é uma situação, hoje em dia o ambiente é mais como o Tiago disse, alguns mercados usam e abusam dessa situação de insegurança que existe. Infelizmente é redutor como disse.

Quanto à frase "está mais que provado", dou-lhe razão. Embora o que se prova é o que é a realidade. Que a mesma venha a ser alterada? Espero bem que sim. Sempre...por que se não, ficamos todos estagnados.

Quanto à mudança de trabalho, acho que isso tem muito que se diga. Se calhar conhece melhor o mercado que eu. Desejo que sim. Se calhar são mercados distintos. Talvez, mas a realidade que conheço não é essa (ainda).