A adaptação do treino e formação àquilo que encontramos na realidade é um contexto que deve preocupar quem forma e treina e quem decide 'colaborar' e participar nessas acções.
Tal como encontramos atletas que treinam como competem, também encontramos formandos que participam nas formações e dinâmicas que constam delas tal como estivessem a 'sério'. Para quem forma, dá gosto ver os formandos a aplicarem-se e esforçarem-se ao máximo nas dinâmicas. Tal como qualquer treinador adora ver os seus atletas a focarem-se nos objectivos do treino quer na parte técnica quer na parte emocional.
Cabe ao treinador e formador encontrar os melhores exercícios e metodologia para que os atletas e formandos possam encarar a personagem da competição e dia-a-dia de trabalho de forma igual, com a menor diferença possível! Não se fala apenas dos exercícios técnicos, tácticos, expositivos ou questionários x ou y. Fala-se na atitude igual, comportamentos semelhantes, dedicação e partilha dos valores individuais e de equipa.
No ponto 1, cabe ao formador e treinador dar as ferramentas e informações necessárias para que se possa caminhar e descobrir (ponto 2), caminho em que a seta azul significa a decalage entre o treino e a realidade.
O ponto 3 é a protecção (dos três p's de quem lidera) por parte do formador e treinador, perceber o timing correcto para 'deixar ir' o atleta à realidade confrontar-se entre o que possui e o que é necessário.
7 comentários:
Muito bem...
RPA
A realidade do treino tem vindo a evoluir bastante nos últimos anos.
A generalização do acesso à informação, fez com que muitos dos profissionais do desporto, e de outras áreas, tenham adquirido competências que lhes permitem gerir e liderar equipas de uma forma bastante positiva.
Os estilos de liderança têm vindo a sofrer modificações, assim como os processos de treino nas varias modalidades desportivas.
Enquanto alguns ainda tentam gerir as suas equipas com lideranças forçadas, comandando ou atribuindo tarefas aos elementos de um determinado grupo, outros já perceberam que não é esse o caminho.
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Infelizmente ainda existem muitas pessoas que exercem cargos de liderança que não têm competências para o fazer. Não os podemos denominar de incompetentes, pois isso implicaria que estes já tivessem adquirido competências e não as utilizassem. Podemos sim denomina-los de "desconhecedores" pois nunca ninguém lhes explicou que existem outras formas de pensar ou trabalhar.
Nos dias que correm o verdadeiro líder é aquele que consegue levar a sua equipa a atingir um determinado objectivo, sem mandar ou comandar, mas sim liderando e utilizando estratégias adequadas que desencadeiem os comportamentos desejados nos elementos da sua equipa.
Pedro Fernandes
Bem interessante o post. Acredito que temos três esferas diferentes nas empresas uma coisa é ser ter um programa, outra é ter o programa e ser conhecido pelos colaboradores e a última esfera seria ter, ser conhecido e conseguir implantar. Conseguir o comprometimento da equipe é algo muito difícl, mas primordial para o sucesso das ações dentro da empresa.
Chan-Ly Nunes
Caros, infelizmente a realidade empresarial é bem mais dura. A seta azul é bem maior quando não é mesmo a totalidade do gráfico. Neste contexto de falta de dinheiro a formação representa sempre um custo e não uma mais valia ou proveito, logo é a 1ª área onde se corta na despesa. Como consequência temos muitas vezes a redução de horas e o corte no tempo necessário para conseguir alargar a área azul e atingir os objectivos. Neste contexto a autoformação e a aprendizagem por tentativa e erro ganham terreno nas organizações que não valorizam a formação, com os consequentes custos que não são medidos.
Carlos Ramos
Boa tarde,
Gostava de acrescentar ao que o Rui afirmou,a importância de se poder ter formadores com experiência profissional na área da formação que está a ser dada.
É que infelizmente encontramos com frequência cursos e acções de formação dados por pessoas com sólidos conhecimentos teóricos mas sem experiência da aplicação desses conhecimentos na prática,no terreno.
Um exemplo do que acabo de escrever pode ser encontrado na indùstria farmacêutica em Portugal.
Seja na formação de produto,seja na formação de vendas e comunicação, é frequente ela ser dada por pessoas que ou nunca trabalharam nesta área ou quando o fizeram,foi durante um curto espaço de tempo e apenas numa determinada zona geográfica,condicionando logo à partida a eficácia da aplicação treino/formação à realidade.
Daí a mais valia que constitui poder contar contar com os serviços de formadores que possuem experiência no terreno,trabalharam como profissionais em empresas do sector referido,ou em qualquer outro.
Por último,mas isso já todos sabemos, que acontece as empresas enviarem os seus funcionários,trabalhadores,colaboradores,empregados,assalariados para cursos/acções de formação sabendo antecipadamente que por razões várias,dificilmente irão existir condições para essas pessoas aplicarem na prática os conhecimentos que entretanto adquiriram.
Como formador deparo-me com esta realidade muitas vezes.
Atentamente,
Alexandre Duro
Boa noite Rui,
Hoje temos a mistura das duas coisas (treino e formação), quando juntamos a teoria com a prática, o aprendizado acontece de uma forma mais rápida e fixa.
Estamos ao mesmo tempo treinando e sendo treinado: quando estimulamos em um treinamento a participação dos que estão sendo treinados, provocamos um movimento de informações, ajudando também no aprendizado do formador, ora sobre o tema, ora sobre a metodologia utilizada, tudo depende da metodologia e nível de abertura dada na formação, induzindo a participação e contribuição de todos.
Abraço.
Joelson Almeida
Considero que o essencial da acção formativa não é tanto se o formando assume ou não uma postura mais participativa no decurso da mesma. Existem questões e preocupações mais pertinentes, como sejam:
- o formando ajusta-se, em vocação, à função para a qual irá ter formação?
- a formação é adequada à função que o formando desempenha?
- o volume de informação da acção formativa é exagerado ou suportável? (De notar que sendo a formação um processo contínuo, esta não deve ser intensiva, mas sim diluída ao longo do tempo)
- na formação, o formando tem oportunidade de interagir com os seus pares, profissionais de outras organizações?
- a acção formativa em sala de aula está a ser complementada com outras acções que criem uma "identidade" do profissional, que lhe permita sentir-se "dono" da sua função?
- está o profissional a ser "formado" em demasiadas tarefas impedindo-o de reconhecer o seu papel na organização?
- a chefia que gere a sua equipa centraliza as decisões, impedindo o profissional, de exercer a função que lhe foi conferida e aplicar os conhecimentos obtidos durante a formação?
Julgo que, ao falarmos de formação, falamos de um tema essencial para a organização, mas que não pode ser simplificado, nem dissociado ou desanexado de uma arquitectura maior que tem que ver com a gestão estratégica de uma organização.
José Salvador
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