Existem diversas matérias na bibliografia que os melhores líderes não devem mentir, que não se segue quem mente, etc. Bem...se há coisas que em Portugal andam atrasadas ou que a tradição ainda é o que era, esta é uma delas.
«Posso garantir que Rodríguez não será jogador do F.C. Porto Pinto da Costa, negando a transferência do então jogador do Benfica, que acabaria por assinar pelo F.C. Porto em Junho
«Se pagarem 39,9 milhões eu ponho o euro que falta» Pinto da Costa, falando da transferência de Quaresma, que acabaria por rumar ao Inter num negócio de 18,6 milhões mais o passe de Pelé
Coach do Coach
Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Inteligência espiritual...II
O que é inteligência espiritual?
É uma terceira inteligência, que coloca nossos actos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efectivos. Ter alto quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direcção pessoal.
O QS aumenta nossos horizontes e torna-nos mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas acções.
Os cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. Tudo que influência a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neuronais. Um tipo de organização neuronal permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico.
Dá a ele seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite realizar o pensamento associativo, afectado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença entre QE e QS? É o poder transformador. A inteligência emocional permite-nos julgar em que situação nos encontramos e a nos comportarmos apropriadamente dentro dos limites da situação. A inteligência espiritual permite-nos perguntar se queremos estar nessa situação particular. Implica trabalhar com os limites da situação. Daniel Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções. Inteligência espiritual fala da alma. O quociente espiritual tem a ver com o que algo significa para nós, e não apenas como as coisas afectam a nossa emoção e como reagimos a isso. A espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade. No início do século XX, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Só em meados da década de 90, a descoberta da inteligência emocional mostrou que não bastava o sujeito ser um génio se não soubesse lidar com as emoções. A ciência começa o novo milénio com descobertas que apontam para um terceiro quociente, o da inteligência espiritual. Ela nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova era das actividades humanas.
Os especialistas identificam dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes. Essas pessoas:
1. Praticam e estimulam o auto conhecimento profundo
2. São levadas por valores. São idealistas
3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade
4. São holísticas [capacidade de ver a relação entre coisas diversas]
5. Celebram a diversidade
6. Têm independência [capacidade de lutar contra as convenções]
7. Perguntam sempre "porquê?"
8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo
9. Têm espontaneidade
10.Têm compaixão
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Inteligência Espiritual
Dei com este tema já há alguns meses, mas na semana passada, durante uma reunião, 'choquei' com ele novamente! Fiquei curioso e aqui vai:
A sociedade ocidental habituou-se a colocar em primeiro lugar a razão como o melhor meio de solucionar problemas lógicos e apreender a realidade. Por isso, os psicólogos desenvolveram testes para medir este tipo de inteligência o Q.I. (Quociente de Inteligência). Na década de 90, pesquisas realizadas por neurocientistas e psicólogos descobriram um novo tipo de inteligência: a inteligência emocional, que permite lidar com os sentimentos.
A sociedade ocidental habituou-se a colocar em primeiro lugar a razão como o melhor meio de solucionar problemas lógicos e apreender a realidade. Por isso, os psicólogos desenvolveram testes para medir este tipo de inteligência o Q.I. (Quociente de Inteligência). Na década de 90, pesquisas realizadas por neurocientistas e psicólogos descobriram um novo tipo de inteligência: a inteligência emocional, que permite lidar com os sentimentos.
Elementos como a empatia, compaixão, motivação e capacidade de reagir à dor e ao prazer reconstruíram a definição de inteligência. Mas novas pesquisas sobre o comportamento humano descobriram um terceiro factor essencial na descrição da inteligência humana: o Quociente Espiritual.
Segundo os estudiosos, é através da inteligência espiritual que resolvemos questões da ordem do valor. A inteligência espiritual insere cada comportamento humano num contexto mais vasto e profundo, gernado um sentido global na vida, avaliando cada acção à luz de uma perspectiva centrada no não-imediativismo. É a inteligência espiriutal que permite a criatividade do quebrar das regras e da subversão. O QE é a base necessária para o bom funcionamento da inteligência emocional. É a nossa inteligência final. É o elemento que permite a flexibilidade na adopção de normas rígidas. É a compreensão, o saber lidar com as questões do bem e do mal e a capacidade de imaginar outras situações. É o que permite a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro: é a compaixão.
Pergunto eu: isto servirá para os treinadores?
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Porque não te calas?! Ficava-te tão bem
Agora, depois de o ex-seleccionador lhe ter "passado a perna" e assinado com um clube em pleno Mundial, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol achou por bem comentar o caso maior da "era" Scolari na Selecção. Em entrevista ao Porto Canal, Madaíl afirma não perceber essa e outras situações, referindo ter tido pena de Vítor Baía não ser chamado à Selecção.
Ora se o sr. Gilberto Madaíl estava tão inconformado com algumas situações e admirado por outras, tal como ele mesmo disse, não teria sido na altura, enquanto Scolari ainda comandava a Selecção Nacional, o momento de pôr esses assuntos na mesa?!
Pergunto eu...que liderança é esta? E se preocupasse mais com o estado actual da nossa Selecção? Mas tenho este defeito de perguntar muita coisa!
fonte: relvado
Quando começa um jogo de futebol?
No rescaldo da jornada 12, os treinadores dos três grandes afirmaram na generalidade que as suas equipas passaram os primeiros 45 minutos a 'não fazer grande coisa'.
Até para o mais comum dos mortais, o que da vontade de perguntar é...o porquê?! Será que ninguém exige que apesar dos desníveis que devem existir num jogo, independentemente da modalidade, que o facto das equipas mais profissionais, com os melhores jogadores, treinadores, etc...percam 45' constantemente e não estejam nem focados nem concentrados?
Problemas de quê?
Bem vindo a Portugal Quique!
Todos eles fazem um esforço por serem diferentes. Lembro-me dos mais recentes: Boby Robson, Boloni, Eriksson, Trapattoni, Koeman e agora Quique.
Mas não dá, devem pensar eles lá no fundo das suas incertezas. Quique durou 12 jornadas até perceber no que se veio meter. A tradição em algumas coisas não muda, indo ao encontro do anúncio...em que a tradição ainda é o que era.
Depois do jogo Benfica-Nacional, Quique parece que explodiu. Como dizia Pedro Henriques, árbitro do respectivo jogo, na defesa da sua tese de mestrado...independentemente da decisão que se toma, é preciso estar convicto. Ele pareceu...
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Jogos de Mourinho - I
José Mourinho afirmou que não considera Cristiano Ronaldo o melhor jogador do mundo, preferindo por exemplo...o 'seu' Ibrahimovic ao português.
Não será alheio o facto do sorteio da Liga dos Campeões ter proporcionado um Manchester United-Inter de Milão. Ou seja, já começamos a ver os jogos psicológicos de Mourinho de forma a incentivar o seu jogador e/ou desgastar Ronaldo. Vamos ver o que se vai passar no terreno de jogo!
Não será alheio o facto do sorteio da Liga dos Campeões ter proporcionado um Manchester United-Inter de Milão. Ou seja, já começamos a ver os jogos psicológicos de Mourinho de forma a incentivar o seu jogador e/ou desgastar Ronaldo. Vamos ver o que se vai passar no terreno de jogo!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Receio de Flores?
Fernando Guerra, cronista no jornal 'A Bola', faz referência a algo que já me tinha ocorrido relativamente a alguns comportamentos do treinador da equipa benfiquista de futebol Quique Flores.
Até agora Quique tem-se mostrado bem melhor comunicador que gestor do potencial técnico dos seus jogadores. Melhor comunicador pelo menos para fora, para a tv, rádio, jornais, conferências, etc. Não consigo medir para dentro do balneário, mas cá para fora, vende a sua mensagem. Alguém dizia que se 'dizes e não ouvem é porque não disseste' e neste caso específico, duvido que Quique não tenha conquistado uma grande maioria das pessoas que o ouvem.
O problema é que tem-se verificado que no jogo jogado, Quique é diferente. Ou seja, se domina as palavras, ao nível das suas emoções...percebe-se que demonstra diversas vezes receio, sendo medroso em muitas das suas apostas. Podem dizer que é calculista...mas os resultados demonstram que é mais medroso do que calculista.
Para surpresa de muitos...eu incluído, o último discurso foi também ele calculista/medroso...o objectivo é o apuramento para a LC? Mas isso também era o objectivo dos últimos treinadores com um plantel com metade da qualidade deste! E muitas das vezes sem gastar um terço do que se gastou neste! Alguém consegue explicar se isto faz parte de alguma estratégia ou é mesmo assim?!
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Artigo de Jorge Araújo
Formar e preparar equipas vencedoras. Algo que pede capacidades extremamente exigentes, seja no desporto, seja nas empresas. Como consegui-lo?
Liderar jogadores, para que trabalhem em equipa, constituiu sempre um desafio de enorme complexidade e exigência. Todo o ser humano tem como objectivo principal a sua afirmação individual e só depois – se o mobilizarem nesse sentido – será capaz de se concentrar nos interesses colectivos. O que ilustra como é difícil tentar aperfeiçoar interacções pessoais e técnicas entre indivíduos cujos objectivos particulares estão muitas vezes longe de ser compatíveis.
«O que ganho eu com isso?», perguntavam-me os jogadores. Questão central… Precisava de convencê-los de que, através da equipa e do respectivo sucesso colectivo, cada um deles teria algo de significativo a ganhar. Tinha de conseguir fazê-los interiorizar que, contribuindo individualmente para que o todo fosse maior do que a soma das partes, retirariam daí o retorno positivo que almejavam.
Como consegui-lo? Potenciando a mobilização das vontades individuais ao serviço do colectivo. Se nunca os abandona a motivação respectiva, na defesa dos interesses individuais, então teria de ser capaz de conseguir que, atingindo a equipa os seus objectivos, cada um dos jogadores ganhasse com isso algo de significativo.
Se cada jogador era tão sensível ao facto de ter de ganhar algo, sempre que se entregasse ao colectivo, cumpria-me ser capaz de me ajustar às diferenças que revelavam, ver a minha autoridade reconhecida mais do que imposta e possuir em cada momento da vida das equipas que dirigia uma visão clara do que pretendia alcançar a nível individual e colectivo.
Tinha forçosamente de me adaptar e de conseguir potenciar os constantes fluxos e refluxos motivacionais provocados pelos egoísmos dos jogadores, na busca de uma fundamental coesão de processos e de uma necessária relação social e também de uma identificação colectiva.
Uma sincronização dos movimentos colectivos e individuais e clareza na definição e na coordenação de tarefas de cada jogador.
Profundos laços sociais e afectivos, potenciando uma cooperação e uma entreajuda sem reservas de qualquer espécie. Um alinhamento claro de todos os jogadores ao serviço dos objectivos colectivos a atingir e fortes sentimentos de orgulho de pertença à equipa.
Todos os jogadores que conheci – naturalmente uns mais do que outros – debatiam-se entre afirmarem-se individualmente e o prazer de fazerem parte de uma equipa com a qual se sentissem envolvidos.
O que, em complemento do que já ficou dito para trás, permite concluir que reside nesta aparente contradição um dos mais apaixonantes aspectos de tudo o que diz respeito ao trabalho em equipa. Por um lado, somos uns inveterados egoístas; por outro, temos o desejo constante de fazer parte de um colectivo que nos complemente e que nos dê espaço quanto baste para, através dele, também nos afirmarmos individualmente. De entre os jogadores que comigo trabalharam, os que fizeram a diferença para melhor foram precisamente aqueles que sabiam utilizar a equipa e os seus resultados como uma oportunidade de afirmação e desenvolvimento pessoal.
As competências comportamentais desses jogadores e a forma como se relacionavam com os restantes foram atributos que os distinguiram no modo como contribuíam para a equipa sem nunca se deixarem diluir totalmente no interesse colectivo. Eram maduros, seguros, confiantes, preocupados com os outros, sempre capazes de estabelecer laços de confiança com todos os que os rodeavam.
Geriam bem as suas emoções sob pressão, contribuíam pela positiva para o desenvolvimento de dinâmicas na equipa ao serviço do aumento da respectiva eficácia. Tinham uma constante atitude positiva e influenciavam a equipa de modo marcante. Por sua vez, em termos colectivos, onde é que registei diferenças no que respeita às equipas com que alcancei sucesso?
As diferentes personalidades nelas existentes complementavam-se e completavam-se. Nelas existiam afinidades que lhes potenciavam as acções em comum, funcionando quase sempre numa simbiose perfeita entre estarem focadas nas tarefas e nos objectivos comuns a alcançar e, em simultâneo, estabelecerem fortes laços de inter-relação social. Demonstravam índices de coesão acima da média e davam respostas diversificadas às naturais dificuldades impostas pelo confronto com a realidade.
Formar e preparar equipas vencedoras foi naturalmente um dos meus objectivos ao longo dos anos. E para o conseguir fui percebendo a partir de uma certa altura que me eram pedidas capacidades extremamente exigentes. Para além de o facto de ser treinador me ter exigido uma mudança profunda do meu comportamento. Quem joga são os jogadores e não o treinador, razão pela qual tive de assumir como objectivo principal que os jogadores fossem autónomos e capazes de se auto-disciplinarem, auto-motivarem e auto-prepararem.
Liderar jogadores, para que trabalhem em equipa, constituiu sempre um desafio de enorme complexidade e exigência. Todo o ser humano tem como objectivo principal a sua afirmação individual e só depois – se o mobilizarem nesse sentido – será capaz de se concentrar nos interesses colectivos. O que ilustra como é difícil tentar aperfeiçoar interacções pessoais e técnicas entre indivíduos cujos objectivos particulares estão muitas vezes longe de ser compatíveis.
«O que ganho eu com isso?», perguntavam-me os jogadores. Questão central… Precisava de convencê-los de que, através da equipa e do respectivo sucesso colectivo, cada um deles teria algo de significativo a ganhar. Tinha de conseguir fazê-los interiorizar que, contribuindo individualmente para que o todo fosse maior do que a soma das partes, retirariam daí o retorno positivo que almejavam.
Como consegui-lo? Potenciando a mobilização das vontades individuais ao serviço do colectivo. Se nunca os abandona a motivação respectiva, na defesa dos interesses individuais, então teria de ser capaz de conseguir que, atingindo a equipa os seus objectivos, cada um dos jogadores ganhasse com isso algo de significativo.
Se cada jogador era tão sensível ao facto de ter de ganhar algo, sempre que se entregasse ao colectivo, cumpria-me ser capaz de me ajustar às diferenças que revelavam, ver a minha autoridade reconhecida mais do que imposta e possuir em cada momento da vida das equipas que dirigia uma visão clara do que pretendia alcançar a nível individual e colectivo.
Tinha forçosamente de me adaptar e de conseguir potenciar os constantes fluxos e refluxos motivacionais provocados pelos egoísmos dos jogadores, na busca de uma fundamental coesão de processos e de uma necessária relação social e também de uma identificação colectiva.
Uma sincronização dos movimentos colectivos e individuais e clareza na definição e na coordenação de tarefas de cada jogador.
Profundos laços sociais e afectivos, potenciando uma cooperação e uma entreajuda sem reservas de qualquer espécie. Um alinhamento claro de todos os jogadores ao serviço dos objectivos colectivos a atingir e fortes sentimentos de orgulho de pertença à equipa.
Todos os jogadores que conheci – naturalmente uns mais do que outros – debatiam-se entre afirmarem-se individualmente e o prazer de fazerem parte de uma equipa com a qual se sentissem envolvidos.
O que, em complemento do que já ficou dito para trás, permite concluir que reside nesta aparente contradição um dos mais apaixonantes aspectos de tudo o que diz respeito ao trabalho em equipa. Por um lado, somos uns inveterados egoístas; por outro, temos o desejo constante de fazer parte de um colectivo que nos complemente e que nos dê espaço quanto baste para, através dele, também nos afirmarmos individualmente. De entre os jogadores que comigo trabalharam, os que fizeram a diferença para melhor foram precisamente aqueles que sabiam utilizar a equipa e os seus resultados como uma oportunidade de afirmação e desenvolvimento pessoal.
As competências comportamentais desses jogadores e a forma como se relacionavam com os restantes foram atributos que os distinguiram no modo como contribuíam para a equipa sem nunca se deixarem diluir totalmente no interesse colectivo. Eram maduros, seguros, confiantes, preocupados com os outros, sempre capazes de estabelecer laços de confiança com todos os que os rodeavam.
Geriam bem as suas emoções sob pressão, contribuíam pela positiva para o desenvolvimento de dinâmicas na equipa ao serviço do aumento da respectiva eficácia. Tinham uma constante atitude positiva e influenciavam a equipa de modo marcante. Por sua vez, em termos colectivos, onde é que registei diferenças no que respeita às equipas com que alcancei sucesso?
As diferentes personalidades nelas existentes complementavam-se e completavam-se. Nelas existiam afinidades que lhes potenciavam as acções em comum, funcionando quase sempre numa simbiose perfeita entre estarem focadas nas tarefas e nos objectivos comuns a alcançar e, em simultâneo, estabelecerem fortes laços de inter-relação social. Demonstravam índices de coesão acima da média e davam respostas diversificadas às naturais dificuldades impostas pelo confronto com a realidade.
Formar e preparar equipas vencedoras foi naturalmente um dos meus objectivos ao longo dos anos. E para o conseguir fui percebendo a partir de uma certa altura que me eram pedidas capacidades extremamente exigentes. Para além de o facto de ser treinador me ter exigido uma mudança profunda do meu comportamento. Quem joga são os jogadores e não o treinador, razão pela qual tive de assumir como objectivo principal que os jogadores fossem autónomos e capazes de se auto-disciplinarem, auto-motivarem e auto-prepararem.
Tal como aprendi, com o passar dos anos, que não há qualquer aparente contradição entre a necessidade que o treinador tem de legitimar e valorizar a sua função e a percepção gradual que vai adquirindo ao longo do tempo; a de que o rendimento da sua equipa, num certo sentido, melhora quanto mais os jogadores menos dele precisem.
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Jorge Araújo
sábado, 13 de dezembro de 2008
Bom artigo sobre o papel pedagógico do Treinador - José Mourinho
Artigo do jornal "Record" sobre o papel de José Mourinho no tratamento dos jogadores do Inter de Milan:
José Mourinho sempre foi um treinador rígido em questões disciplinares e esse é, sem dúvida, um dos segredos do seu sucesso como treinador de futebol. Mas, da mesma forma que castiga os seus jogadores e os critica na praça pública é o primeiro a abrir-lhes a porta da reconciliação e a dar-lhes uma nova oportunidade.Depois, há dois tipos de jogadores.
Há os que percebem a mensagem do treinador, agarram a oportunidade com unhas e dentes e assim que marcam um golo correm para os braços do "pai" que semanas antes lhes aplicou um severo castigo e há... Adriano!O brasileiro do Inter é a imagem do mau profissionalismo. Mourinho sempre denotou uma grande preocupação em recuperar o avançado e concedeu-lhe várias oportunidades que o brasileiro desperdiça, umas atrás das outras.Desta vez, chegou adiantado ao treino matinal mas porque vinha directamente de uma noite de copos com o seu compatriota Maicon. Ambos levaram guia de marcha. O lateral-direito para curar a bebedeira em casa; o avançado para ficar em casa... definitivamente!
É que embora o presidente do Inter, Massimo Moratti, se tenha apressado a dizer que "tudo foi um equívoco" e que espera "que se entendam rapidamente com Mourinho", a paciência tem limites. E da mesma forma que o português já mostrou que sabe perdoar, também já mostrou, noutras ocasiões, que a sua paciência também tem limites.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Mulher para motivar!
Juande Ramos, para dizer aos jogadores o que quer antes dos jogos precisa por vezes de ajuda. É verdade que não precisa de a procurar muito longe, mas precisa dela. É o mito de "por trás de um grande homem há uma grande mulher". A mulher, Consuelo Ferrandiz, é psicóloga e é ela que o ajuda a encontrar as palavras para motivar e espicaçar os seus jogadores, quando é preciso fazê-lo nas palestras antes dos jogos - e isso é quase em todos os jogos, obviamente.
E esta hem?
Quem puxa quem
De volta ao blog após uns dias por terras de Napoleão, encontrei esta frase de Scolari quando ainda estava na nossa Selecção de Futebol:
"Um não carrega 20, mas 20 carregam um."
Falava ainda sobre as possibilidades da Selecção no Euro 2008. Para começar, Scolari não podia ser mais claro: "Esta selecção ainda não é uma equipa e precisa desse fundir de talentos e vontades para ser feliz no Euro 2008; e Cristiano Ronaldo, o incontestável craque da equipa, a bandeira de sucesso deste grupo, será tanto mais útil e eficaz quanto se integre no colectivo."
Parece-me hoje e agora, que para além desta teoria, Scolari consegue também colocá-la em prática. E isso era importante para as classificações.
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