Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

O que se cresce e pensa durante um trail de 42 km?

Antes de mais, estou convencido que esta experiência – para lá de muito rica – deve ser comum em quem corre ou faz provas daquelas bem longas de outras modalidades! Um trail de 42 km com um desnível positivo de 2 800km é prova para demorar para alguém que esteja em boa forma física e habituado, umas boas 6 horas e meia. Digo isto, porque pessoas que costumam fazer várias maratonas de estrada e corridas de trail fizeram mais de 5 horas e meia.
Saltando para o fim, demorei 8 horas. Com muita dificuldade já no final! Os últimos kms, a subir e com descidas técnicas foram um suplício.

E como se passam tantas horas a correr e andar? O que se faz para lá da motricidade de todo um corpo? Tirando os primeiros 6,5 km até ao primeiro abastecimento, a prova foi feita quase sempre em solidão! Se exceptuar os outros abastecimentos onde rapidamente se diz um olá, partilha-se algumas palavras e se segue, um prova de trail não possui os milhares de pessoas que têm as provas longas de estrada. Vê-se alguém lá ao longe, as cores berrantes das tshirts saltam à vista, às vezes alguém passa por nós ou ultrapassamos, mas não há muito espaço para grandes conversas. De abastecimento em abastecimento, que podem ter distâncias de dez kms, vai muito tempo. Cada km em média pode ser feito a 8 minutos por km, logo podemos passar quase 1 hora e meia apenas connosco.

Pensa-se muito. Imagina-se a chegada. Redefinimos constantemente objectivos. Usufrui-se da passagem. Tenta-se respirar muito ar puro. Olhamos à volta e não vimos ninguém. Umas casas perdidas no meio da natureza. Pensamos no que nos leva a fazer aquilo. Imaginamos como vão as pessoas na prova que conhecemos.

Para quem faz coaching a pessoas e a equipas…a experiência é riquíssima. Aplicar em nós aquilo que se fala e tenta-se que os outros apliquem neles próprios é fantástico. Pensamos em motivação. Em metas. Sub-metas. Tentamos entender tudo o que nos está a acontecer em termos mentais e físicos e perceber a origem. As soluções. O que haveremos de fazer para melhorar todas aquelas sensações desagradáveis. Fantástico!

O que me ocorre agora, para lá das dores das pernas? Quando é que vem o próximo trail?! Para já Fevereiro e Março terão dois.

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