Não se trata de um texto sobre Futebol, nem sobre as possibilidades deste ou daquele vencerem o melhor futebol da actualidade e que alguns defendem ser o melhor de sempre. Mas sim um texto sobre equipas, processos de grupo e fazer uma ligação a esta equipa de Futebol às equipas das organizações.
O exercício de fazer algo que já se faz há imenso tempo conjuntamente com a aquisição de novos conhecimentos que nos permitem ver com ‘olhos’ novos essas ‘coisas’ antigas, permite-nos perceber aspectos nunca apreendidos, uns que podiam já lá estar, outros serem propostos pelo nosso raciocínio.
Ao mesmo tempo que pesquiso, leio e aprendo sobre as equipas de elevado desempenho e o termo team cognition, vou perfilando um conjunto de acções, atitudes e ferramentas que ajudam as equipas ainda a serem melhores equipas. Saber como potenciar as fases das equipas, autonomia, compromissos colectivos ou acções que têm uma maior probabilidade de atingirem melhores resultados do que outras. Tudo isto no pilar comportamental, interligado e interdependente dos outros pilares que constituem as equipas.
Já muito se escreveu sobre o Futebol praticado pela selecção espanhola ou pelo Barcelona. Não sei quantos livros, teses, etc. Existe um aspecto focado por mim quando abordo a temática das equipas com elevados desempenhos que é a ‘Intervenção Interpessoal’. Uma normal e natural predisposição para o outro. Este outro pode ser o colega ou o cliente. Esta predisposição é recíproca, ou pelo menos, convém ser, pois apenas assim mantém a (bi)direccionalidade activa.
Quando tento transmitir a importância da predisposição interpessoal nas equipas, seja qual for a sua realidade, costumo dar o exemplo dos desportos colectivos. Se queremos dar continuidade a uma jogada temos de entregar a bola da melhor forma possível. Outros acham que devemos realizar a melhor recepção possível. Penso que as duas se realizadas comummente será melhor (óbvio).
Mas a predisposição interpessoal é a exigência que colocamos no que entregamos aos nossos colegas de equipa. Seja a bola, a mensagem, a tarefa, os recursos, etc. E olhar para o passe – desmarca - recepção da Espanha faz-me ir buscar sempre este exemplo da comunicação ser cada vez mais a peça do puzzle que faz a diferença no funcionamento das melhores equipas. Se a equipa espanhola poderá ensinar algo deveras simples às outras equipas e organizações é que a passagem da bola na Espanha é como a mensagem que contém a informação mais importante: deve ser entregue e recepcionada com o menor erro possível. Neste caso a selecção comunica muitas vezes e tem uma taxa de troca de informação muito superior às restantes organizações.
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