Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


sábado, 24 de setembro de 2011

De onde partes?

Nas conversas que tenho com chefias, coordenadores de projectos e equipas, treinadores, etc. surge com bastante regularidade o que estas pessoas gostariam de ser do ponto de vista comportamental perante algumas das pessoas com quem trabalham, na gestão dos seus objectivos e da sua equipa.

À baila falamos também das acções que consideram que vão ter de realizar ou moldar para que a gestão e liderança das suas equipas e dos processos ocorram supostamente como eles consideram que gostavam de o fazer.

Mesmo quando as conversas ocorrem durante as formações, tento levar todas estas pessoas a compreenderem a existência de um outro ponto fundamental e que deve ser numa primeira fase foco da sua atenção. E reforço que não tenho qualquer dúvida que é mais importante que os outros dois. Porquê? Porque é o primeiro!

Sabermos de onde partimos! O que significa isto?

Não traz grande vantagem saber para onde queremos ir se não sabemos ao certo de onde partimos. Fazer inúmeros planos sobre a dificuldade em subir para um ponto da montanha quando nem sabemos se começamos do topo!

Concordo que existem pontos comuns, é certo. Mas a mensagem é que ‘nisto’ do comportamental, e não existindo receitas mas ferramentas com melhores resultados que outras, quando se fala em querer ser um líder de equipas de forma a ou b, treinar com este estilo porque está na moda, é ao mesmo tempo estar a desprezar, não potenciar ou a negligenciar o que somos. E se é possível treinar quase tudo, é verdade que a nossa identidade e um conjunto de atitudes e comportamentos que actualmente temos, pode impossibilitar que em todos os momentos se consiga ser ‘naturalmente’ aquela personalidade de liderança que pretendemos ser.

“Eu gostava de ser assim!”. Mas existem estilos de estarmos perante as suas equipas que podemos não ter capacidade de lá chegar…como colocar alguém que é naturalmente autoritário a ser coach? E um consensual a ser directivo? E um visionário a ser centralizador?
O reforço é sabermos exactamente o que temos e a partir daí fazer duas coisas: saber onde queremos estar e como iremos lá chegar (processos, treino, formação, mudança, etc.). Porque apostar na receita que o que os outros fazem é suficiente é partir de um pressuposto errado: nem todos partem do mesmo sítio e nem todos têm as nossas potencialidades, têm outras…que nada nos garante que são melhores que as nossas.

13 comentários:

Mário Jorge Sampaio disse...

Caro Rui lança

Bem escrito……………

Abraço

Anabela disse...

Muito bem observado! É de pessoas com este espírito que o nosso país necessita urgentemente.

Anabela

Rui Lança disse...

Obrigado Cara Anabela. Tenta-se...

Jorge disse...

Concordo com o Rui. Eu acredito na aprendizagem transformacional. Olhar para cada profissional tendo como foco as suas próprias valências, os seus valores e os seus objectivos. Procurar um caminho, focar no que se quer atingir tem de ter na sua essência um ponto de partida. Onde estou, onde quero chegar. O que preciso de largar para conseguir caminhar e chegar onde quero. Muitas vezes a grande vantagem é permitir a quem trabalha connosco perceber que queremos partir do presente. Em termos profissionais, dar a oportunidade de se ser escutado, ser genuinamente preocupado com quem lideramos ou colaboramos, é frequentemente a chave do sucesso. O coaching é por isso uma ferramenta cada vez mais oportuna, porque foca na pessoa, e dele parte para um conhecimento das suas próprias respostas e do que quer fazer com elas.

Jorge

Rui Lança disse...

Obrigado Jorge, subescrevo com o que diz...mas falta alguma área de conforto ainda para conviver com essa capacidade de assumir de onde partimos, aceitar que existem algumas lacunas...que têm de ser encaradas como pontos de partida. Apenas isso.

F. Gaspar disse...

Penso que uma realidade transversal...

Partir para objectivos sem ter a noção do ponto de partida, dos trajectos possíveis e a mínima noção dos processos necessários para chegar a algum lado.

A sociedade foca-se cada vez mais no resultado final e não na construção de um caminho. E essa cultura passa para os elementos dessa sociedade.

Todos os dias me deparo com indivíduos ávidos de resultados, sabedores do que pretendem alcançar, mas sem o mínimo de ideia do caminho, das dificuldades do mesmo e muitas vezes sem a capacidade de permitirem que sejam orientados.

Talvez sejam sinais do tempo. Mas certamente que o tempo também dará razão aos que forem capazes de definir esse caminho e lutar ao longo do mesmo.

Tiago disse...

Bom dia,

É pertinente o texto. Só podemos ir para algum lado se soubermos de onde partimos. Quem não tem objectivos trabalha para quem os tem! Para os ter é necessário saber onde estamos e para onde vamos!
O mundo como o conhecemos mudou e nunca mais será o mesmo. A zona de conforto transformou-se numa zona de desconforto permanente e só que é flexível é que conseguirá traçar um caminho para atingir as suas metas.

Rui Lança disse...

Obrigado Tiago. Concordo com a parte do conforto e desconforto, sempre em grande mutação. E a questão de saber para onde queremos ir, etc...eu considero mais pertinente porque colocamos muito ênfase no que queremos ser...mas não sabemos o que nos falta porque não sabemos o que temos. Cumps,

G. disse...

Caro Lança,

Realmente, mais uma vez mostras simplicidade e clareza na tua informação. No meu meio, costumo dizer que as respostas estão à nossa frente. Temos é que saber olhar para elas. As respostas não se escondem....

Abraço e bom fim de semana.

G.

Rui Lança disse...

Obrigado amigo G! Complicamos...tu tens esse dom de não o fazer, não sabes como poupas tempo e energia :)

Abraço

Rui Lança disse...

Amigo Gaspar!

Concordo contigo! Ainda este fds numa formação que estava a dar nos Açores falou-se muitas vezes do foco no resultado sem se saber como conjugar os 'ingredientes' e a questão de muitos de nós andarmos para determinado local, mas não sabermos o que nos falta para lá chegar e se essa diferença pode ser superada!

Abraço

Fernando disse...

Sem duvida um bom tema.
A questão, e como referiu o Rui, é que este ponto é fundamental por ser o primeiro.
O problema é que a equipa não se “altera” para o nosso “feitio”, temos de ser nós a adaptar-mos á personalidade de cada um dos nossos colaboradores. A grande questão então, é o conhecimento do nosso “eu”. É relativamente fácil apontar pontos menos bons nas pessoas que nos rodeiam, mas difícil olhar para dentro e ver os nossos. Se, como referi, é difícil ver os nossos, é extremamente difícil corrigi-los.
Para melhorar o desempenho das nossas equipas/empresas temos de começar por nos conhecer como indivíduos para que e aplicando as ferramentas do “comportamental” adequadas seja possível chegar ao destino pretendido.

Fernando

Rui Lança disse...

Obrigado Fernando, concordo :) Nas equipas então, o desconhecimento de quem somos realmente e do que estamos dispostos e capacitados para dar, cria falsas expectativas e objectivos umas vezes abaixo outras vezes acima do que se pode...Cumps!