O desporto sempre foi um dos campos onde as organizações procuraram exemplos, conhecimento e modelos para identificar, transferir e adaptar para as suas equipas de trabalho. Especialmente a liderança do treinador e de equipas, um dos campos mais fascinantes, num ambiente altamente competitivo, cooperativo e onde o trabalho individual e coletivo dos jogadores estão interligados.
Esta seleção, até pelo modo pouco convencional como foi sendo construída e moldada à imagem do seu treinador e daquilo que o líder considerou ser o mais indicado para o objetivo e com os recursos que tinha ao seu dispor, possibilita a todos nós retirar algumas ilações importantes para o nosso dia-a-dia. Especialmente para as equipas empresariais, sempre em busca de boas práticas para conseguir elevar o seu patamar de desempenho.
As equipas devem estar em constante aprendizagem e desenvolvimento para se manterem competitivas. E a nossa seleção demonstrou isso mesmo. Conseguiu que o seu ciclo de existência para este campeonato assumisse um ritmo de crescimento. A formação e o treino permitiram que se conseguisse adaptar, competir, produzir, ser mais segura, melhorar e alcançar os objetivos.
A seleção liderada por Fernando Santos, ao contrário de outras equipas desportivas, foi sempre pouco autónoma. Mas foi aí que o selecionador português encontrou o equilíbrio desta equipa. No entanto e ao contrário do que a investigação refere, estes processos mais controladores implicaram constantemente processos coletivos e que foram reforçados, especialmente, porque o seu funcionamento era de coesão, com uma dinâmica simples mas suportada por um controlo emocional elevado.
Retiraria três lições em especial para as empresas:
1- Predisposição interpessoal: Esta é uma das características que os CEO’s mais referem que gostariam que as suas equipas de trabalho alcançassem. E que na opinião deles faz diferenciar uma equipa de elevado desempenho de outras equipas menos competitivas. E a nossa seleção demonstrou que é mesmo uma das características que suporta o sucesso. O talento é importante, bons executantes, objetivos ambiciosos, etc. Mas a capacidade de os vários elementos de uma equipa estarem predispostos para ajudar os outros, estarem atentos se o colega vai realizar a tarefa com sucesso ou não, e estar lá sempre que seja necessário colmatar o erro, permite que um erro seja constantemente solucionado e mais do que isso, reforça o espírito de união e coesão da equipa.
2- Coesão e espírito coletivo: Mais do que palavras, vários exemplos foram-nos dados especialmente a partir dos jogos a eliminar. Suporte de alguns jogadores a outros. A capacidade de quando alguém parecia cair, ir outro colega levantá-lo. A capacidade que os jogadores demonstraram juntamente com o líder para colocar a clubite de lado. Importante, se não mesmo, essencial.
3- Abnegação da zona de conforto: Talvez a característica que mais surpreendeu nesta seleção. Mérito da sua liderança. A capacidade que o líder demonstrou para colocar dois, três ou quatro jogadores a jogarem fora da sua zona de conforto e que nem mesmo assim, retirou o espírito de luta, entrega e compromisso.
2 comentários:
Olá,Coach Rui
3 lições é pouco.
O que podemos aprender é que capacidades como ser organizado, ter boa estrutura física e mental, experiência e formação, são bons fatores na gestão dos Recursos Humanos, especialmente na competição ao mais alto nível.
Um abraço.
Tem toda a razão Rui! Haveria muitas mais, mas destaquei três que me parecem que muitas vezes são desprezadas!
Abraço,
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