O primeiro texto da época desportiva para o Mais Futebol! Aqui vai.
Após o término do mês de Agosto e a época mais agitada de entradas e saídas nos plantéis, aos poucos os treinadores vão arrumando as ideias e as posições nos plantéis. Não as posições táticas de cada jogador, mas sim, as posições quase que hierárquicas nas suas equipas. E com isso, posições em constante mudança considerando os estados físicos, táticos e mentais de cada jogador.
A verdade é que com maior ou menor dificuldade, as equipas, especialmente os grandes, conseguiram recompor os seus plantéis mesmo com as saídas que todos os anos dão alguma receita às suas contas e por outro lado, levam quase sempre os melhores jogadores do plantel.
O campeão Benfica tem dois jogadores de créditos firmados para quase todas as posições – talvez Jonas seja o único que ainda não tenha um substituto quer em termos de qualidade quer em termos do que faz e do que pesa para a equipa – e existem zonas onde há mais do que dois jogadores. O Sporting de Jorge Jesus soube nos últimos dias de mercado salvaguardar a necessidade de ter um plantel mais equilibrado, especialmente do meio-campo para a frente com a entrada de vários jogadores, uns a título definitivo e dois emprestados. O Porto com algumas segundas opções como foi o caso de Boly, mas a verdade é que Oliver e Diogo Jota permitirão que no meio-campo e no ataque possam existir vários modelos que são possíveis face aos atletas que entraram, sendo um deles e bastante importante, o recuperado Brahimi.
Como gerir qualidade? Como manter os atletas constantemente motivados mesmo quando não jogam, sabendo que por vezes e por estranho que pareça, mesmo jogando podem não estar totalmente motivados? E a qualidade que para o adepto está lá e que o treinador não tem a mesma opinião? Ou qualidade que não conseguimos ainda observar, mas o treinador vai conseguir descobrir?
Manter jogadores motivados e focados que à partida podem pensar que a sua qualidade e dedicação é suficiente para ter o tal lugar no onze não é nada fácil. Lê-se e relê-se várias entrevistas de jogadores que por vezes estão desmotivados ou descontentes e percebemos que acima de tudo há necessidade de responder às exigências pessoais. Os tais objetivos individuais. E que desejaríamos todos que estivessem sempre abaixo e alinhados com os coletivos, mas isso é uma enorme miragem.
Como explicar a alguns jogadores que o seu momento não chega porque os ‘outros’ não falham? Não dão margem? E porque têm mais ferramentas na opinião do treinador?
Costuma-se afirmar que isto é um bom problema para os treinadores. Ter em excesso é melhor do que não ter. Até pode ser verdade, mas também não é mentira que essa situação proporciona tantas ou mais dificuldades, pois deixa de haver necessidade de criar opções e alternativas para procurar e encontrar soluções para posições ou adversários e passa a existir a necessidade de saber gerir jogadores que estão motivados em excesso e não podem contribuir com aquilo que eles mais gostam.
Em conversas com alguns treinadores sobre estes temas, percebe-se que há treinadores que observando estas situações e quando os jogadores começam a deixar-se ir, tentam resgatá-los dando oportunidades. Mas o jogador pode não estar efetivamente preparado e não só perde o que já poderia ter, como perde ainda mais oportunidades futuras. Outros treinadores consideram que jogando os mais preparados não existe modelo mais justo que esse. E quem quer aceita quem não quer…
2 comentários:
Olá, Coach Rui
As dores não são geridas. São tratadas.
1 abc.
Dava também um belo nome de um artigo! Abraço
rui
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