Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Medir o que pode valer um grupo de pessoas

No meio das leituras e apontamentos sobre diversas temáticas relacionadas com as equipas, motivação de grupos, dinâmicas de grupo, lideranças de equipas, visão e missão do conjunto organizacional, etc., surge uma que pode ser a mais interessante. A necessária! A mais...difícil: como se pode medir (antever, aferir, avaliar?) o desempenho de uma equipa em termos de produção colectiva?

Não se produziu uma quantidade de produtos ou serviços. Se conseguiu pontos, golos ou pontuações. Falo da medição do que de facto um conjunto de pessoas a trabalhar em equipa consegue (pode) produzir e gerar à sua volta.

Como consigo saber que o potencial de uma equipa constituída com aqueles cinco atletas tem em sua posse determinadas competências colectivas? Técnicas...até sei. Físicas também. Tácticas mais difícil. Comportamental...difícil, muito!

Como sei que ao formar uma equipa de designers, controllers, gestores, auditores, médicos, etc., estou a formar um grupo de pessoas que consegue no máximo das duas 'produções' colectivas produzir x ou y ao nível das competências comportamentais, sendo um pilar fundamental no todo.

Muitas pessoas afirmam que um problema das equipas que gerem é que não foram eles próprios a recrutarem. Não formaram a 'sua' equipa. O recrutamento é geralmente considerado um dos factores críticos de sucesso. Que um bom recrutamento...é pedra essencial. Não diz que as pessoas que gerem as equipas fariam um excelente recrutamento, mas percebe-se a sua defesa. Mas cai por terra porque muitas das pessoas que gerem equipas formados por outros que não eles, quando têm possibilidade de acrescentar alguém à sua equipa, costumam escolher alguém que os preencha e não apenas as necessidades da equipa e do que esta precisa.

A capacidade de antever o que o conjunto de pessoas pode produzir e o quê, como e em que situações, ajudaria a perceber que tipo de catalisadores seriam necessários para atingir outros números. E que tipos de pessoas ajudariam a isso.

Falamos de comunicar. Alinhar. Organizar. Reconhecer. Ser empático e assertivo. Motivar e ser motivado. Responsabilizar. Liderar ou ser liderado. Ser flexível em termos cognitivos e emocionais. Adaptável com situações...e pessoas. Mas em equipa e não medir isto de 1 + 1 + 1....

6 comentários:

João Vieira disse...

Medir o que pode valer a Liderança não seria mais interessante do que medir o que vale uma equipa. Tenho para minha que os resultados das equipas são muito daquilo que o líder conseguir extrair das suas pessoas, da capacidade que o líder tiver de gerar novos líderes informais dentro da equipa capazes de assumirem os seus papéis dentro da equipa e colocarem toda a sua energia e saber ao serviço da mesma. Ao longo da minha carreira tenho tido oportunidade de observar o desempenho de diversas equipas de trabalho e tenho constatado que a mesma equipa com líderes diferentes obtém resultados diferentes.
Tenho visto gente normal, inadaptada e até incapaz ser capaz de se superar e obter resultados extraordinários quando liderados (na liderança falo de missão, visão, objectivo, estratégia, motivação, reconhecimento, enquadramento, comunicação, compreensão, colaboração, partilha e serviço)...
Haverá sempre um limite para o que se pode exigir individualmente a cada um dos elementos que compõem uma equipa mas aquilo que se pode retirar dessa equipa tem de ser maior que a soma das partes. Se assim não for, mude-se o líder!
Tive a oportunidade de ouvir Ken Blanchard durante a última passagem por Lisboa e da sua visita retenho a mensagem final de como grandes líderes utilizaram gente "incompetente", "iletrada" mas com um grande sonho para mudar o mundo!

João Vieira

Rui Lança disse...

Não poderia estar mais de acordo. Vai existindo a necessidade de aferirmos com alguma exactidão o impacto positivo que as pessoas, independentemente do cargo que ocupam, podem causar.

A ideia desta...ideia é saber se de facto quando defendemos que o recrutamento é um pilar fundamental nas equipas, estamos a recrutar sabendo o impacto que a pessoa pode causar ou não tem competências para tais sinergias colectivas.

Obrigado!

Paula Ahrens Teixeira disse...

Concordo com a ideia transmitida, mas acrescento que cada vez mais é preciso colaboradores que sejam mais do que obedientes, atenciosos e inteligentes, pois quem tem paixão vence os obstáculos e recusa-se a desistir. A paixão é fortemente contagiosa e o melhor caminho para entusiasmar os outros a colaborarem connosco. Melhores cumprimentos

Rui Lança disse...

A questão da eomoção, paixão, etc., é para mim um indicador e um processo. Ou seja, a ideia não é olhar para as equipas como máquina ou um conjunto de elementos e processos racionais.

É saber considerando as pessoas que tenho, que processos de grupo eu consigo experienciar para dinamizar a equipa em função de um objectivo.

O lateral thinking das equipas é bastante importante...a emoção, conflitos, paixão, extra-mile, etc...

Unknown disse...

Olá, Coach Rui Lança,

Estou novamente em desacordo com a escolha das palavras. A ideia até que é boa. Mas a palavra medir poderia ser substituída com vantagem por avaliar.

Boa sorte!

Rui Lança disse...

Obrigado Caro Rui.

Neste caso é mesmo medir. Porque trata-se de saber 'quanto' poderá dar aquele conjunto de pessoas. Antes da acção propriamente dita.

Julgo que se colocar avaliar seria na perspectica após a prática. Ou avaliar no sentido se estiveram abaixo ou acima do 'medido'. Não?

Eu gosto sempre de reflectir...venha daí esse desacordo.