Em 2011 abordámos neste espaço algumas das características que estão associadas às equipas e organizações de elevado desempenho e que as diferenciam de ‘outras’. Poderíamos recuperar novamente algumas das nuances que apresentam, mas será isso por si só suficiente para explicar o sucesso das mesmas? Será apenas um processo tão estandardizado que nos permita criar receitas para o sucesso?
A resposta é claramente NÃO!
Então deparamo-nos com outra questão: Que tipo de processos de formação e dinâmicas de grupo podemos aplicar e dinamizar para facilitar e fomentar esse resultado nas equipas e organizações?
Não existem as tais receitas para que estas equipas se criem, se mantenham no tempo e consigam enfrentar e superar com maior eficiência os obstáculos e desafios que outras equipas. Há um conjunto de processos e dinâmicas que podem ser aplicados na equipa considerando o contexto, a liderança, as identidades das pessoas, os objectivos, os procedimentos adjacentes ao dia-a-dia da organização onde essa equipa se situa.
Sempre conscientes que tal como os processos operacionais, técnicos, tácticos, físicos que para se manterem eficientes ou melhorarem, precisam de criar rotinas e hábitos de exigência, avaliação, de continuidade, também os processos para motivar, potenciar e criar patamares de elevados desempenhos nas equipas devem ser aplicados diariamente. Não podemos pensar que umas horas de treino num ginásio por mês ou ano nos faça estar aptos para fazer uma meia ou maratona. Mesmo sabendo como se corre ou o que se deveria fazer para correr essa distância.
Como melhorar as competências no trabalho em equipa? Para lá dos processos relacionados com a comunicação, o espírito de equipa, dar e receber feedback, reconhecimento, responsabilidade, existem alguns processos que podem distinguir a rotina e a formação relacionada com as equipas de elevado desempenho:
- Criação de submetas e a equipa saber jogar com a sua motivação: a equipa deve criar metas específicas, desafiadoras e que crie compromissos entre todos. A utilidade da criação de submetas, pequenos momentos que servem para aumentar a confiança da equipa à medida que pequenos objectivos inseridos no objectivo macro vão sendo superados.
- Orientar as equipas em situações de solução de problemas: Fomentar a equipa a trabalhar a necessidade de chegar a resoluções de problemas comuns, criando contextos onde é fundamental definir prioridades no processo de situações para serem geradas soluções de problemas e não enfoque nos problemas.
- Treinar as competências necessárias: Não é mais do que criar mecanismos de repetição e evolução das nossas acções, situações individuais e colectivas, formação em diferentes áreas. A palavra treino, que não é exclusiva do desporto, significa para lá do hábito ou da repetição, tem como indispensável a evolução, apurar a eficiência dos actos e reflectir sobre os mesmos.
- Promova um ambiente positivo: Crie não apenas normas processuais relativamente a resultados e comportamentos de respeito, reconhecimento, etc., mas também de tolerância e excelência de espírito de equipa. Técnicas como dar feedback positivo cada vez que um colega execute algo pode ser um bom método, desde que não se desvalorize a importância.
- Facilite a gestão de emoções e conflitos: Termine com a ideia que conflitos e pessoas emocionais são prejudiciais, criando momentos onde esses mesmos conflitos e emoções geram excelentes ideias e momentos de melhoria do espírito de equipa.
- Promova a inclusão, participação e fundamentação: Dê hipótese que todos de forma voluntária possam apresentar a sua perspectiva sobre a situação, não por norma, mas por acto reflectido de criação de valor. Não dê apenas o momento, ensine a melhorar a participação de todos.
Estes são alguns processos e as dinâmicas individuais e colectivos que fazem coabitar um conjunto de elementos num determinado contexto, com objectivos estabelecidos e uma estratégia para os alcançar valorizando e potenciando todos os recursos existentes e que consigam contribuir para aquilo que denomino de Inteligência Colectiva:
É conjunto das competências dos elementos que compõem o TODO e dos processos/dinâmicas criados para potenciar as mais-valias de TODOS os recursos humanos na concretização dos objectivos propostos e alinhados.
4 comentários:
Excelente arquivo. Apesar de acharmos que liderança são atos fáceis de serem executados, nossos resultados nos deixam ainda na dúvida do melhor caminho a seguir em prol destes.Este assunto nos direciona a buscarmos a forma mais eficazpara nossos resultados, pessoais ou em equipe.Parabéns pelo texto.
Obrigado Eduardo...faz parte de um livro sobre Como formar equipas de elevado desempenho, que conta com diversas entrevistas a pessoas que lideram equipas em mercados completamente distintos. Obrigado.
Porque se deve aproveitar os pontos fortes de cada um e assim valorizar e fortalecer a equipa. As pessoas sentem-se valorizadas e contribuindo mais para a equipa.
Olá Elsa, o último ponto que aponta é verdade. A valorização das pessoas fá-las acreditar. E às vezes com umas simples palavras de motivação, orientação, algo simples e gratuito!
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