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Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Pode um Governo ser uma equipa de elevado desempenho?

Sim, se…

As equipas de elevado desempenho (EED) destacam-se de outras equipas acima de tudo pela regularidade com que concretizam os seus objectivos e atingem excelentes resultados. Claro que estes resultados devem-se a conjunto de outros fenómenos colectivos e comportamentais que não encontramos noutros grupos de pessoas.

Pode ser interessante analisar as EED e o processo de como se constitui um Governo, perceber quais os comportamentos mais recorrentes e interpessoais entre os Ministros e todas as pessoas que os rodeiam dentro dos seus grupos de trabalho e por fim, avaliar os denominadores mais comuns das interacções entre as várias pessoas de um Governo.

A visão e a missão de uma equipa governamental tem uma vantagem comparativamente a outras organizações e equipas. Está definida! O mais difícil é não entende-la. O mais fácil é não respeitá-la e provável e juntamente com a escolha das pessoas, começará neste ponto a primeira grande incoerência que as EED não cometem.

Na formação de um Governo cabem um conjunto de peritos em algumas áreas mais técnicas (principalmente as das Finanças e Economia), outros elementos encaixam-se em pastas igualmente complexas mas com outro tipo de foco e problemáticas (Educação, Saúde ou Segurança) e aí procura-se um perfil mais político / dirigista e finalmente, pastas menos problemáticas com políticos mais relacionais do que propriamente carismáticos ou focados nos resultados quantitativos.

Este ponto parece-nos bem. Pessoas multidisciplinares, multifacetadas e diferentes em termos formativos, educacionais e culturalmente. Perfeito! Caber-nos-ia analisar se as peças estão nos sítios correctos, à altura das exigências da tarefa e da relação interpessoal que é fundamental para que o trabalho colectivo seja muito superior à soma dos desempenhos individuais. E saber se todos estão dispostos a sacrificar os seus objectivos individuais (que até podem estar englobados em alguns dos objectivos colectivos, seria o ideal!) em prol da tal visão, missão e objectivos colectivos que é afinal de conta, o rumo do País.

Existem mais três pontos essenciais:

- um sentimento de melhoria contínua ao nível dos resultados que produzem e que pretendem sempre superar;
- predisposição interpessoal, ponto fundamental para que os elementos do Governo comuniquem obrigatoriamente uns com os outros e estejam predispostos para se ajudarem; 
- e por último, flexibilidade comportamental, capacidade que permite às pessoas entenderem pontos de vista de outras pessoas, ou não fosse essa uma das principais qualidades que um Governo deva ter.

É usual defender que as EED possuem acima de tudo peritos nas relações interpessoais. Que sabem fazer o que é necessário do ponto de vista técnico, mas a predisposição para o trabalho colectivo esteja acima de tudo.

Outros governos europeus podem ter até mais recursos financeiros. Mas onde eles são de facto diferentes é no sentido de cidadania. Que inclui muito, mas mesmo muito, um sentimento de predisposição colectivo enorme. Quer para o cidadão (cliente externo) quer para o colega (cliente interno)!

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