O processo de formar uma equipa raramente ocorre como planeado! Há quase sempre a necessidade de fazer pequenos ou grandes ajustes. Adaptações. O remexer e refazer! Estes processos têm mais impacto comparativamente com os que ocorrem no início do processo de formação das equipas. Neste caso, no início da época desportiva.
No âmbito do futebol nacional, o mês de janeiro está a chegar e com isso a abertura do mercado de transferências. Um misto entre oportunidades, necessidades e capacidades financeiras definirão o sucesso das intervenções das várias equipas na busca de novos atletas, diminuição do plantel e na obtenção de receitas extraordinárias. Para algumas equipas serão apenas retoques. Para outras existirá a necessidade de alterar mais do que simples retoques. Não apenas em jogadores, mas a verdade é que a entrada de novos atletas proporciona que se altere também alguns processos de grupo.
Analisemos o caso do FC Porto. A perda de pontos veio tornar ainda mais explícito algumas observações ao nível dos processos de jogo, de equipa e da qualidade individual que já tinham sido emitidas mesmo quando a equipa ganhava os seus jogos. Tudo se resolverá com a entrada de 2 a 3 atletas com elevada qualidade? Não se sabe, seria futurologia. Depende da capacidade como a equipa técnica e os jogadores que já pertencem ao plantel vão gerir todas essas modificações. Aumentará certamente a qualidade individual dos atletas que compõem o plantel. E mais? Isso fará com que o equilíbrio interno da equipa seja alterado, porque é algo que acontece sempre! Numa primeira fase haverá uma fase de conflito e adaptação, mas após esses dias/jogos, a equipa pode encontrar a melhor organização e alinhamento dos seus objectivos, do que cada jogador e elemento da equipa técnica pode oferecer.
Podemos olhar para uma equipa a quem teoricamente tudo corre bem e analisarmos os mesmos desafios. Sporting, campeonato acima das expectativas. Fala-se que duas entradas de jogadores com qualidade irão possibilitar que a equipa possa aspirar a algo mais. É certo? Não. E nem depende apenas dos jogadores. Depende de quem já lá está. A entrada de um novo elemento mexe sempre com a motivação dos que lá estão. No caso do Sporting é alta. Mexe com a organização e com o espaço que cada um conquistou nesta primeira fase da época. No caso do Sporting elementos que estão a render mais do que normalmente seria expectável podem baixar o rendimento. A ideia de refazer a equipa tem muitos processos dúbios e que têm de se diminuir o seu risco. Qualquer entrada pode diminuir os níveis de foco, motivação, espaço. Aumenta a qualidade individual, mas isso não é tudo. O colectivo é sempre mais forte…mesmo nas situações negativas.
Por fim, o Benfica. Excesso de soluções. Individuais e de qualidade. Trouxe mais qualidade? Não. Nem todos têm oportunidade de demonstrar as suas competências. Uns por opções técnicas/táticas, outros por razões internas. Isto resulta em maior motivação? Não! Maior alinhamento? Não. Excesso de pilares, opções, qualidade, etc. O melhor retoque é focar e direcionar para um só objectivo. O coletivo. Certamente que será mais fácil com menos gente dececionada, claro. Daí que este refazer, no caso do Benfica possa passar por diminuir o ruído interno, nem que este ruído signifique que é necessário diminuir opções.
http://www.record.xl.pt/opiniao/artigos/interior.aspx?content_id=859462
4 comentários:
Olá, Coach Rui
Os três grandes, sempre os três grandes.
E agora para complicar é enfase nas contratações.
Quando se escreve num jornal como o Record, deveríamos ser mais abrangedores?
Poderíamos dar como exemplo os três grandes mas sem esquecer os outros, nem que fosse Análise de Pareto.
As contratações em Janeiro são muito importantes, mas o artigo , "Refazer equipas" poderia fazer sugestões mais incisivas, no lugar de ser tão generalista. (Exemplo a equipa (ABCD) deveria contratar 1 ponta de lança porque a sua linha ofensiva revela pouca eficácia).
Deste modo o autor revelaria que é um especialista em Futebol, com autoridade para fazer críticas fiáveis neste Desporto.
Um abraço.
Olá Rui! Bom ano.
O autor não é especialista em Futebol. Teria de entender bem o que seria um especialista de Futebol, pois não reconheço isso naqueles que vão por exemplo à tv falar. A ideia não seria tocar se era num ponta-de-lança ou defesa, mas sim, qual o impacto que as mexidas nos plantéis/equipas em Janeiro podem trazer ao grupo já existente.
Numa perspectiva holística dos grupos. Se calhar não consegui, aceito. Mas era esse o objectivo. Quanto às entradas, na minha opinião, que vale o que vale...diria que o Porto precisa de um ou dois extremos (Quaresma já aí está, talvez mais um) e precisa que Paulo Fonseca perceba com quem deve ou não contar. Percebe-se que Carlos Eduardo entrou porque alguém da SAD do FCP lhe 'disse'. Sporting corre um risco. Precisa de jogadores com qualidade, mas pode estragar a grande confiança e motivação dos que lá estão. Daí a perspectiva holistica de entrar ou não entrar novos elementos. Benfica...tem qualidade, mas falta-lhe muita tranquilidade. Um treinador novo neste momento não ajudaria...daí, é perceber o que fazer com os que estão por ali. Mas dispensava 2 ou 3 para não haver excesso de atletas para as mesmas posições. Restantes plantéis...dependeria de uma análise 1 a 1! Qual o seu clube?
Olá, Coach Rui
O meu clube ou equipa é recém nascido. Ainda só tem 5 dias. Nesta fase tem de estar resguardado.
Completando a resposta à pergunta, sou pequeno acionista do Sport Lisboa e Benfica.
Um abraço
Tenho dois clubes...Leões de Porto Salvo e SL Benfica. Boa sorte para esse recém nascido!
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