Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Artigo publicado no Record 'Formar Equipas'

Artigo publicado no jornal Record ' Formar Equipas' no passado dia 4 de Julho.

 
A pré-época está aí e com isso acentuam-se as entradas e saídas de jogadores. As equipas técnicas, porque vivem de resultados, confrontam-se com a necessidade de formar o mais cedo possível uma equipa equilibrada e à altura dos desafios e objectivos. Mas formar uma equipa demora tempo. Até pode nunca terminar, dado que é um processo longo, faseado, alimenta-se de resultados e conquistas e tem de forma inesperada, lesões, contratempos e dinâmicas internas do grupo muito específicas.
O tempo é um factor importante para os treinadores e processos de grupo. Não porque muito tempo implique necessariamente uma boa identidade da equipa, mas porque a falta dele dificulta a aquisição de alguns atletas dos princípios, não só do jogo que o treinador tenta impor, mas dos valores e dinâmicas da sua equipa. Da identidade e do compromisso colectivo que o treinador trabalha diariamente com o objectivo de ser assimilado o mais rapidamente possível.
A visão que o treinador tem para a sua equipa na temporada também é fundamental. O treinador tem geralmente capacidades de liderança carismática, forte, dirigista, boa capacidade comunicacional e deve conseguir que essa visão seja assumida por todos. De forma reconhecida e não imposta, porque só assim pode ser sentida colectivamente. O modo como este processo acontece depende muito de três factores: quem é contratado, para o que se contrata e como comunica aos mesmos o que se pretende deles.
Outro factor importante é o acolhimento e alinhamento de novos jogadores. A entrada dos mesmos visa acrescentar valor e colmatar lacunas. Ou porque uns saíram ou porque os que já fazem parte da equipa não chegam. Embora o jogador seja por natureza alguém focado em objectivos e auto-motivado, cabe ao treinador tornar este processo o mais claro e agregador. E claro está, colectivo. Não interessa ninguém que apenas pense nos seus objectivos. Phil Jackson dizia que um dom do treinador era explicar e conseguir que o atleta entendesse que seus os objectivos eram mais facilmente concretizados se os da equipa também o fossem.
A pré-época coloca sempre uma maior carga de ansiedade. Porque existem indefinições, trabalha-se na incerteza e o processo de formação é um processo que necessita de algum tempo, mas em que as derrotas têm mais de travão que as vitórias de acelerador. Como pode um treinador facilitar o crescimento? Fomentar o espírito colectivo é fulcral, porque é em equipa que se ganham jogos. Clarificar a direcção que se pretende e qual o papel de cada um também, porque não pode haver desnorte e todos têm de saber quais as suas responsabilidades. A comunicação tem de ser clara, porque é com assertividade e empatia que o treinador ‘entra’ nos jogadores. A estratégia do como e do comportamental demora, e por isso, mais do que ir depressa, é preciso ir bem. A definição dos objectivos é o farol que ajuda a motivar, liderar e puxar. O todo tem de ir para o mesmo sítio. 

Sem comentários: