Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O filtro

Sabemos que nem tudo (e por vezes, muito pouco) do que comunicamos é entendido pelo ‘outro’ tal como gostaríamos ou inicialmente o desejaríamos. Por tantos factores que se tornaria quase fastidioso relatar todos.

Se tivermos que agrupar, escolheria como grandes causas o emissor, as ferramentas de comunicação, a capacidade de escuta activa de todos os intervenientes e, finalmente, o receptor.

A ‘mochila’ que cada um de nós traz diariamente condiciona positiva e negativamente a nossa eficiência em tantas, mas tantas, das nossas acções, que a grande maioria das ferramentas que hoje em dia trabalhamos, se forem mal diagnosticadas, de forma muito clara e concreta, tornam-se incoerentes e o resultado em vez de melhorar, apenas piora.

A capacidade e o simples gesto de observar, quer do emissor, quer do receptor, é um dos maiores focos da solução para uma comunicação mais eficiente, mas também, um dos maiores focos do real problema.

O filtro!

O filtro, não do que acontece, mas o filtro que nos permite, condiciona e potencia o que vemos. E como se sabe, existem muitas realidades. A realidade da acção, a realidade de quem faz, quem sente, quem observa, quem faz juízos, quem…Muitos.

Alinhar o filtro de observação de todos nós, para lá de nem saber se seria vantajoso, é claramente o maior desafio na acção de comunicar e processar a informação que é produzida constantemente por todos.

5 comentários:

Cláudia Valle Santos disse...

Ao ler as suas palavras, lembrei-me do excerto de um autor que muito aprecio, Edgar Morin (Os Meus Demónios), que me consola porque cada vez que me reconheço limitada na capacidade cognitiva e comunicativa. Tomo a liberdade de partilhar a ideia, transcrevendo-a:
"Não há conhecimento «espelho» do mundo objectivo. O conhecimento é sempre tradução e construção. Resulta daí que todas as observações e todas as concepções devem incluir o conhecimento do observador-conceptualizador. Não ao conhecimento sem autoconhecimento.
Todo o conhecimento supõe ao mesmo tempo separação e comunicação. Assim, as possibilidades e os limites do conhecimento relevam do mesmo princípio: o que permite o nosso conhecimento limita o nosso conhecimento, e o que limita o nosso conhecimento permite o nosso conhecimento.
O conhecimento do conhecimento permite reconhecer as origens da incerteza do conhecimento e os limites da lógica dedutiva-identitária. O aparecimento de contradições e de antinomias num desenvolvimento racional assinala-nos os estratos profundos do real."

Cláudia Valle Santos

Rui Lança disse...

Obrigado pelas palavras Cláudia. Descobri Edgar Morin há alguns anos...gostei e aprendi e aprendo ainda sempre que leio. Tem tanta coisa interessante e transversal...Obrigado.

Anabela P. Leite disse...

J.Saramago em Ensaio sobre a Cegueira, faz a seguinte observação "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." Por isso, Rui Lança, tem razão em tudo o que defende.
Lamentavelmente, perdem-se elementos válidos dentro das organizações porque simplesmente não lhes é reconhecido aquilo que é verdadeiramente importante: respeito enquanto pessoa e enquanto profissional. Só era preciso observar convenientemente...

Rui Lança disse...

Sim Anabela, verificar que tentamos relacionar-nos através de 'ferramentas' incoerentes, quando na verdade, fazer de forma perfeita o básico (como ter respeito e escutar o outro) é cada vez mais a melhor receita para organizações e grupos eficientes.

O lado do futebol disse...

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