Coach do Coach

Os melhores profissionais e as melhores equipas têm um denominador comum: serem peritos nas competências intra e inter que perfazem as relações interpessoais entre todos os objectivos, as ferramentas e os meios.


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Paulo Bento a (não) comunicar?

Admito que gosto do Paulo Bento. O gostar não significa que lhe reconheça maior ou menor capacidade técnica, no seu conjunto. Gosto...contém algo genuíno, português É um misto de várias personalidades. Até um pouco de Jerónimo de Sousa, em que as pessoas percebem o que diz, que é empático com uma grande maioria das pessoas que o escutam. Defende os seus jogadores, competência que lhe fica bem sendo ele um líder. Tem uma forma de comunicar que não deixa grandes dúvidas, é claro e muito concreto.

Em tudo isto, denota-se no entanto pelo menos uma falha...e não falo das suas opções técnicas, se o Polga devia jogar menos, se o Grimi após 7 meses sem jogar deveria ou não ser titular, não abordo o conteúdo, apenas o processo. E aqui, as atitudes como as do último Sábado não abonam a favor daquilo que realmente interessa, a equipa. A sua equipa. A minha dúvida é saber se aquilo para o qual um treinador trabalha, a criação dos tais processos de grupo, inteligência colectiva e a soma ser de facto algo superior ao 1+1 etc...sai favorecida com atitudes como aquelas.

É certo que à primeira imagem, poder-se-á pensar que Paulo Bento defende a sua equipa de situações que ele considera injustas. Fica-lhe bem. Ou melhor, ficaria se aquela ‘defesa’ não trouxesse mais prejuízos do que mais valias. A verdadeira questão e a implícita é saber se a equipa ganha com aquela forma de demonstrar o seu desacordo.

Se o facto de ficar sem o seu timoneiro durante alguns jogos a favorece. Se possui identidade e autonomia suficiente para saber lidar com as dificuldades sem ter o seu elo orientador no banco. Será que os jogadores se esforçarão mais pensando que o treinador defendeu a equipa a justificar-se dos erros de arbitragem? Ou terão em linha de conta que ele defendeu, mas não da melhor forma, pois a equipa não sai de um jogo perdido com os 3 pontos por Paulo Bento ter discutido a torto e a direito e ainda por cima, não estará lá?

Termino como comecei, gosto de Paulo Bento. Mas acho que o impacto comunicacional está claramente a falhar esta época. Algo mudou. Os jogadores cresceram? Têm outras prioridades? O grupo não concorda que a opção x ou y é melhor? Bem, o que se observa de fora é que os processos de grupo falham, apesar dos elementos serem praticamente os mesmos. E uma última questão: se nos outros clubes perante estas situações se vê um director desportivo, presidente, assessor, etc., porque raio no Sporting continua o Paulo Bento a fazer de treinador, director desportivo, agente de jogadores, assessor de imprensa, e quase presidente?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ainda bem que não me enganei

Carlos Carvalhal vai dar uma voltinha ao 'contenente'. Aliás...não sei como é que ele passou de uma época para a outra, deve ter sido dos poucos a não perceber que o empate 1-1 na Luz na 1.ª jornada foi uma daquelas sortes e conivências com o jogo passivo e gostava de saber de que tamanho são as costas dele...como ele próprio refere.

Mais uma a pairar por aí e a ver onde cai mais algum para aparecer à tona!


É pena, é um técnico formado, com uma capacidade até engraçada na área comunicacional, mas fica por aí. Muito a trabalhar...e o Presidente Carlos Pereira a pensar como foi ludibriado tanto tempo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Crises e de quem?

Li este artigo no Público, e a um dia do primeiro clássico que pode despoletar ainda mais a crise de um dos grandes ou até juntar todos no mesmo pacote (Braga não ganharia em Olhão e o Leixões vinha fazer uma graça à Luz) aqui vai para os interessados.

"As propaladas crises do Sporting e do FC Porto chamam-se Benfica. Há um ano atrás, cumprida igualmente a quinta jornada da liga, os sportinguistas seguiam na sexta posição, enquanto os portistas tinham aproveitado as duas rondas anteriores para saltar do sexto para o quarto lugar e, depois, para a liderança. Nada de muito diferente, quando comparado com o que se verifica hoje. Estamos ainda numa fase embrionária da época e, por isso, quaisquer juízos definitivos podem revelar-se precipitados. Até por isso, salta à vista que o que mudou verdadeiramente na cabeça dos adeptos do Sporting e do FC Porto foi a convicção de que o actual Benfica está diferente. E para muito melhor.

A tomada de consciência dessa realidade reflecte-se igualmente no estado de espírito dos benfiquistas, que têm enchido os estádios numa demonstração de fé e crer na equipa que fez com que os seus cinco jogos realizados até ao momento já tivessem registado mais de 160 mil espectadores. As viagens do Benfica a alguns estádios deste país são, mais do que nunca, um verdadeiro abono de família.O entusiasmo é mais do que justificado. O Benfica tem hoje, talvez, o melhor e mais equilibrado plantel desde há 17 anos, quando Toni (que substituíra Tomislav Ivic) dirigia uma espécie de dream team onde se destacavam Mozer, Paulo Sousa, Paneira, Schwarz, Rui Costa, João Pinto e Rui Águas. O Benfica seria campeão na época seguinte, feito que, de então para cá, só voltaria a ser repetido no medíocre campeonato de 2004/05, com uma formação recheada de "patinhos feios" e comandada pela "velha raposa" italiana Giovanni Trapattoni.

As referências aos treinadores não surgem aqui por acaso. Durante estas quase duas décadas, o Benfica viu serem sucessivamente fracassadas as apostas na generalidade dos técnicos contratados, a começar por Artur Jorge (1994/95), sempre apontado a dedo como o grande responsável pelo início da fase das "vacas magras", fruto da sua aposta numa polémica "limpeza do balneário" e na contratação de jogadores medíocres e tidos por baratos (na altura, ficou célebre a afirmação de Toni, então nas funções de director desportivo, de que andava por essa Europa fora a tentar comprar jogadores com um saco de caramelos...). No meio desta lista infindável de técnicos perdedores houve casos de incompetência e/ou inadaptação à realidade do clube, mas também situações em que os dirigentes do Benfica não tiveram a paciência e o saber suficientes para perceber a qualidade do trabalho de homens como José Mourinho (2000/01), Jesualdo Ferreira (2002/03) e Fernando Santos (2006/07), curiosamente todos eles treinadores portugueses.

A verdade é que nunca a contratação de qualquer deles criou uma onda de entusiasmo idêntica à que hoje existe em torno de Jorge Jesus. Isso aconteceu por vários motivos. Primeiro, em resultado da imagem criada pelo próprio Jesus nos últimos anos, em que passou a ser visto como um técnico preparado, sagaz e, já agora, muito pró-activo no banco de suplentes (mesmo que as vantagens disso não sejam totalmente consensuais), e também por se tratar de alguém motivador, tanto para o balneário como para o exterior (nos últimos dias, passou mesmo a vender a ilusão de estar a "reavivar o Benfica de Eusébio"), e com coragem para investir num futebol positivo e ofensivamente avassalador. Depois, porque - insistimos - o Benfica tem um quadro de jogadores de fazer inveja a qualquer um. Finalmente, porque os adeptos do Benfica andam de tal forma sedentos de vitórias que inflacionam todo e qualquer sinal de retoma. O mesmo se poderia, de resto, dizer relativamente à comunicação social, sobretudo a desportiva (mas não só), onde os interesses comerciais acabam sempre por influenciar as tomadas de decisão editoriais.A esses adeptos aconselha-se, no entanto, algum comedimento, até na distribuição dos méritos.

Porque algum tem também de ser atribuído a quem, nos últimos anos, investiu na contratação de jogadores da qualidade de Di María, David Luiz, Sidnei, Cardozo, Aimar, Ruben Amorim, Fábio Coentrão e Maxi Pereira. É verdade que ninguém tinha conseguido exponenciar o seu valor como aconteceu com Jesus, mas será injusto ignorar o facto de o treinador ter encontrado uma boa herança na Luz. E com uma vantagem: o actual treinador do Benfica tem hoje, entre os diversos responsáveis da SAD, quase o exclusivo das declarações públicas. O seu protagonismo tem permitido, por exemplo, que Luís Filipe Vieira se mantenha tranquilo debaixo do guarda-chuva do seu técnico, evitando assim o erro cometido nas últimas épocas, com algumas declarações extemporâneas que só ajudaram a colocar pressão negativa e desnecessária sobre a equipa.

É inteiramente justo o reconhecimento dos méritos de Jorge Jesus, bem como da qualidade futebolística revelada até ao momento pelo Benfica, que mostra outra atitude, outra intensidade e outros processos de jogo, mesmo quando joga menos bem. Mas os excessos de confiança acabam quase sempre por ser perniciosos e os adeptos do clube devem aguardar pelos testes verdadeiramente decisivos e conclusivos, que ainda não aconteceram. O Benfica defrontou, sucessivamente, no campeonato o Marítimo, Guimarães, Setúbal, Belenenses e Leiria, equipas de níveis diferentes, mas nenhuma delas da primeira linha do futebol nacional. Mesmo assim, os vimaranenses e os leirienses até estiveram muito perto de fazer tropeçar o Benfica e fizeram o suficiente para poderem dizer que é possível, mesmo sem que para isso seja necessário contar com a deusa da fortuna que abençoou o Marítimo na jornada de abertura. Algo de idêntico se poderia acrescentar sobre a qualidade dos adversários que o Benfica encontrou na Taça UEFA (Vorskla Poltava e BATE Borisov).

Mas se, aos adeptos e aos responsáveis benfiquistas, se aconselha alguma sapiência na gestão do foguetório encarnado, aos seguidores e dirigentes do FC Porto e do Sporting recomenda-se que tomem consciência de que este Benfica parece preparado para durar até ao fim e tem de ser tomado muito, mas mesmo muito, a sério. Porque, desta vez, não é apenas um produto para vender ilusões. Tem mesmo substrato. "

domingo, 20 de setembro de 2009

Treinadores que marcam!

Esta jornada, apesar de ainda não ester terminada e amanhã colocar o Sporting com excelentes condições de apanhar o Porto e ir ao Dragão com os mesmos pontos, demonstrou alguns sinais vibrantes:

- Quem tinha dúvidas que o Marítimo tinha saído da Luz com um ponto milagroso e que tinha sido perdoado o jogo passivo e que se não fosse aquele guarda-redes, que ainda hoje dá um frango do tamanho da democracia existente na Madeira, o Marítimo tinha perdido na Luz...hoje teve a confirmação. Carlos Carvalhal é um flop dos grandes, com letras garrafais! Perde no Nacional a jogar 50' com mais um!

- Domingos, tenho de fazer mea culpa, com 100 % de mérito dele, com algum do trabalho que foi feito pelos anteriores treinadores que passaram por lá, foi com vaselina de qualidade que limpou o FCP.

- Manuel Fernandes faz um excelente trabalho em Leiria, não será fácil passar lá, isso terei a certeza.

- Nelo Vingada...que prazer me dá falar do seu fair-play e do que impõe aos seus atletas. Quando falei aqui de Douglas...previa-se algo! E lá aconteceu.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quando tudo parecia correr bem ao Benfica, acontece isto!

Quando tudo parecia correr bem ao Benfica, fiquei assustado com esta notícia!

Nuno Ribeiro está psicologicamente afectado?!

Ia eu para as minhas férias de uma semana em Montegordo durante uma tarde de domingo e ouvia na Antena 1 algumas fases da última etapa da Volta à Portugal em Bicicleta. Torci sinceramente para que fosse um português a ganhar...e lá ganhava o Nuno Ribeiro, desconhecido para mim, confesso.

Hoje...sai isto:

"Recusando-se a tecer comentários sobre o consumo de qualquer substância proibida, Nuno Ribeiro disse que vai esperar pelo resultado da contra-análise, que estará disponível em Outubro. Questionado pela TSF, o atleta da União Ciclista da Charneca disse ainda não ter moral para dizer alguma coisa aos amantes do ciclismo neste momento. Nuno Ribeiro acusou EPO na sequência de um controlo anti-doping realizado pela União Ciclista Internacional (UCI) três dias antes da Volta a Portugal deste ano, sendo que só esta sexta-feira foi divulgado o resultado deste controlo."

Pergunto eu: Será que há alguém que no Ciclismo não seja apanhado? Porque parece não existir muitas dúvidas que eles tomam, de uma forma ou de outra, tomam.

domingo, 6 de setembro de 2009

Bem, aqui está ela. A 2.ª edição do meu 1.º livro.


O que ainda resta da Selecção de Portugal


Ontem estava mesmo com fé. Achei que por momentos aquele potencial se iria juntar, alinhar e conseguir um enquadramento em que as energias iriam lutar para o mesmo lado.

A verdade é que a Selecção na 1.ª parte, a partir dos 15 a 20', assumiu aquilo por completo. Foi Raul Meireles aos 2', Simão por duas vezes, Ronaldo com 2 lances, e mais algumas oportunidades. A Dinamarca, penso eu, que durante todo o jogo acertou 1 vez na baliza, mas chegou. Duda não chega, é...mediano, e Bruno Alves ontem perdeu quase todos, se não mesmo todos, os lances com o avançado do Arsenal. Pumba...lá dentro. A Selecção fazia talvez o seu melhor jogo desde do Portugal-Dinamarca e a 4 minutos do intervalo sofria um daqueles golos morais.

Queiroz decidiu alterar algumas coisas para a 2.ª parte. Entrou Liedson - custa-me perceber que quase todos os Sportinguistas, apenas por ele ser 'verde' estejam de acordo com esta chamada à selecção, mas já lá volto - a selecção perdeu as bolas a meio-campo e demorou uns 20' a perceber que tinha de ser quase jogo directo nas alas, não haver muito tempo a perder a meio-campo. Liedson entra mal, leva um cartão amarelo e falha um golo escandaloso. A partir dos 65 a 70' a Selecção teve inúmeras oportunidades, mais do que muitas. Sai Simão (erro de Queiróz) e Liedson começa a aparecer e marca o tal golo que merecíamos...aliás, merecíamos a meu ver ontem, apenas a vitória, mas pronto.

Falhamos a qualificação e o empate de ontem é mau por dois ados. Não iremos ao Mundial mas ainda chega para que num país católico se continue a acreditar em milagres. O tal...que não faz nem deixa fazer.

Liedson é convocado para 4 jogos. No próximo grande evento de 2012 na Polónia e Ucrânia terá 35 anos. Será convocado? Nisto tenho de dar o braço a torcer. Vi quase todos os portistas contra a chamada de Deco à Selecção. Nisto de Liedson...apenas Luis Freitas Lobo da comunicação social (a sério) se assumiu sempre. A selecção precisa urgentemente de encontrar 3 posições chave: guarda-de-redes, defesa esquerdo e avançado.

Para finalizar, dizer que África do Sul não irá receber um dos melhores defesas direitos do mundo, dois grandes centrais, bons extremos e aquele que dizem ser o melhor jogador do mundo.